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Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Em primeiro lugar, o Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, configura-se em mais do que uma simples data no calendário. É um momento de reflexão sobre o papel desse profissional na sociedade, sobre os desafios enfrentados diariamente no exercício da medicina e, sobretudo, sobre o valor humano que deve nortear a prática médica em todos os contextos. Em um cenário onde a tecnologia avança, os protocolos se multiplicam e o tempo parece sempre escasso, é necessário resgatar a essência do cuidar, que sempre foi o fundamento da medicina.
Destarte, do “approach” histórico, a data homenageia São Lucas, considerado o padroeiro dos médicos, por ter sido, segundo a tradição cristã, um dos primeiros a unir fé e ciência na atenção aos enfermos. No entanto, independentemente de crenças religiosas, a simbologia permanece: a medicina é uma vocação marcada pela escuta, pela empatia e pelo compromisso com o bem-estar do outro. Não se trata apenas de diagnosticar e prescrever, mas de acolher, compreender e acompanhar o paciente em sua jornada de adoecimento e cura.
No entanto, a rotina médica, nem sempre permite que esse ideal se realize plenamente. Muitos profissionais enfrentam jornadas exaustivas, remuneração incompatível com a responsabilidade assumida, infraestrutura precária em unidades de saúde e uma carga emocional crescente. O médico, muitas vezes, é visto como uma figura quase infalível, o que dificulta que ele próprio busque ajuda, cuide da sua saúde mental ou compartilhe suas fragilidades.
Nesse sentido, o Dia do Médico também deve ser uma ocasião para olhar para quem cuida: como estão esses profissionais? O que têm enfrentado em silêncio? Como a sociedade pode valorizá-los de forma mais justa e equilibrada?
Outrossim, insta colimar as transformações no perfil do profissional de medicina. Hoje, mais do que nunca, espera-se que o médico seja um profissional atualizado, capaz de trabalhar em equipe multidisciplinar, dialogar com diferentes saberes e lidar com as demandas complexas da sociedade contemporânea. A medicina, cada vez mais tecnológica e especializada, exige constante aprendizado, mas também um esforço contínuo para não perder de vista o paciente como ser humano. As habilidades técnicas são essenciais, mas não substituem a sensibilidade diante da dor alheia.
Entrementes, afigura-se inegável que os avanços da ciência médica têm proporcionado ganhos inestimáveis à humanidade. Do diagnóstico precoce ao tratamento de doenças antes incuráveis, a atuação médica tem sido fundamental para o aumento da expectativa de vida e da qualidade de vida das populações.
Contudo, esses avanços também geram dilemas éticos importantes, como os limites da intervenção médica, a autonomia do paciente e as questões envolvendo terminalidade da vida. Celebrar o Dia do Médico também implica refletir sobre essas fronteiras e sobre a responsabilidade que recai sobre quem lida diariamente com decisões tão delicadas.
Faz-se mister, ainda, afirmar que o reconhecimento social do médico não deve se limitar a homenagens pontuais ou discursos protocolares. Valorização verdadeira se faz com políticas públicas eficazes, com condições de trabalho adequadas, com formação contínua e com respeito à dignidade do profissional. Mas também se faz com a escuta ativa do médico como cidadão, como ser humano que também adoece, que também sofre, que também precisa de cuidado.
Em epítome, o Dia do Médico, portanto, é uma oportunidade não apenas para homenagear, mas para refletir. Refletir sobre o que é ser médico hoje, sobre o que a sociedade espera desses profissionais e, principalmente, sobre como garantir que a medicina continue sendo uma prática ética, comprometida com a vida e sustentada pela empatia.
Por final, essa data nos lembra da importância de valorizar aqueles que se dedicam a cuidar do outro, mas também da necessidade de cuidar de quem cuida.
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