Prefeitura de Capinzal entrega veículo à Associação dos Pais e Amigos dos Autistas (AMA) |
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Primeiramente, poucos artistas brasileiros conseguiram imprimir tanta luz em sua obra quanto Vinícius de Moraes. Poeta, diplomata, dramaturgo e compositor, sua trajetória artística é marcada por uma sensibilidade rara, que atravessa o lirismo das palavras, a melodia da música e a densidade dos sentimentos humanos. Vinícius foi um dos maiores responsáveis por aproximar a poesia da vida cotidiana, tornando-a mais acessível, vibrante e apaixonada.
De outro vértice, nascido Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes, no Rio de Janeiro, em 1913, o artista formou-se em Direito e teve uma sólida carreira diplomática. No entanto, foi na literatura e na música que encontrou sua verdadeira vocação. Sua estreia na poesia se deu com o livro O Caminho para a Distância, ainda nos anos 1930, demonstrando desde cedo uma inclinação para o intimismo e para o uso refinado da linguagem. A partir da década de 1950, Vinícius se reinventou como letrista, marcando a história da música brasileira com sua participação fundamental na Bossa Nova.
Destarte, sua parceria com Tom Jobim resultou em clássicos como Chega de Saudade, Garota de Ipanema e Eu Sei que Vou Te Amar, canções que redefiniram os rumos da música popular brasileira ao mesclarem sofisticação harmônica com lirismo cotidiano. Mais do que versos bem escritos, suas letras são retratos sensíveis da alma humana, explorando o amor, a perda, o desejo e a beleza com uma intensidade rara. A fusão entre a poesia e a música, promovida por Vinícius, foi uma verdadeira revolução estética e cultural.
No entanto, Vinícius era mais do que um artista técnico ou inovador: era um homem que viveu com intensidade tudo o que escreveu. Conhecido por sua boemia e por seus muitos amores, sua vida foi um espelho de sua arte. Isso conferia autenticidade às suas palavras e fazia com que o público se reconhecesse nelas. Amava sem pudor, exaltava a mulher como musa inspiradora e não temia mergulhar nas dores e delícias da paixão. Sua obra, assim, transcende o tempo por falar de sentimentos universais com simplicidade e beleza.
Ademais da música e da poesia, Vinícius também teve destaque no teatro, com a peça Orfeu da Conceição, que inspirou o filme Orfeu Negro, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Sua capacidade de dialogar com diferentes linguagens artísticas corrobora sua versatilidade e liminiscência..
Em epítome, Vinícius de Moraes faleceu em 1980, todavia a sua obra continua viva, iluminando gerações. Seu legado permanece presente na música, nas escolas, nos saraus, nas rodas de samba, e especialmente nos corações de quem já se apaixonou ao som de suas canções. Ele é a prova de que a arte, quando feita com verdade, atravessa o tempo e transforma o mundo.
Vinícius foi, e continua sendo, um farol poético em meio à complexidade da vida. Seu lirismo não se prende à erudição, mas se abre à emoção.
Por final, quiçá configure esse o seu maior feito: tornar a poesia uma extensão da vida — ou, quem sabe, fazer da vida uma eterna poesia.
O TEMPO jornal de fato desde 1989:
https://chat.whatsapp.com/IENksRuv8qeLrmSgDRT5lQ
https://www.facebook.com/aldo.azevedo.5/
https://www.facebook.com/otempojornaldefato/
O Tempo de fato (@otempojornalfato) - Instagram
https://www.youtube.com/@otempojornaldefato

Deixe seu comentário