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Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Preliminarmente, no turbilhão de imagens que compõem a vida moderna, há um profissional cuja presença muitas vezes passa despercebida, mas cuja ausência torna impossível narrar a realidade com fidelidade: o repórter fotográfico. Neste dia dedicado a ele, é preciso mais do que parabenizar. É necessário reconhecer, valorizar e refletir sobre o papel crucial que desempenha na construção da história cotidiana por meio das lentes.
Entretanto, a fotografia jornalística vai além do clique de um botão. Trata-se de um olhar treinado, sensível e ao mesmo tempo técnico, capaz de capturar o instante exato em que o fato acontece. O repórter fotográfico está onde a notícia está. Seja sob o sol escaldante de uma manifestação, diante da tensão de um resgate, nos bastidores de um evento político ou na ternura de uma cena comunitária, ele se posiciona com discrição e precisão para captar não apenas o que se vê, mas o que se sente. A fotografia, nesse contexto, é linguagem e documento. É testemunho do tempo.
Outrossinm, muito mais do que um auxiliar do jornalista de texto, o repórter fotográfico é autor de narrativas. Suas imagens podem denunciar injustiças, provocar empatia, informar com impacto e até mobilizar sociedades. Quem não se lembra de imagens icônicas que mudaram rumos políticos ou trouxeram à tona questões sociais urgentes? Por trás delas, sempre houve alguém com a coragem de estar presente, de enxergar além do óbvio e de clicar com propósito.
Contudo, a profissão também impõe desafios que nem sempre são visíveis ao público. A rotina do repórter fotográfico muitas vezes envolve riscos físicos, pressão por resultados rápidos e a constante necessidade de adaptação às novas tecnologias. O avanço do digital, os celulares com câmeras potentes e a banalização da imagem nas redes sociais criaram uma falsa ideia de que fotografar é fácil, que qualquer um pode fazer. Mas apenas o profissional treinado compreende o peso da composição, da luz, do momento certo e, sobretudo, da ética na captura e no uso da imagem.
Por conseguinte, o repórter fotográfico atua em uma linha tênue entre o registro e o respeito. Há limites que precisam ser observados, especialmente em coberturas sensíveis, como acidentes, tragédias e situações de vulnerabilidade humana. Saber quando fotografar e, principalmente, quando não fazê-lo, é também uma habilidade valiosa, que exige sensibilidade e responsabilidade. Cada clique carrega uma escolha moral.
Neste dia dedicado ao repórter fotográfico, é justo lembrar também dos muitos que, ao longo da história, perderam a vida em coberturas de guerra, violência urbana ou em situações de repressão. Eles não estavam armados senão com suas câmeras. Não procuravam confronto, mas verdade. Suas imagens permaneceram como legado e sua ausência como alerta. Honrar a profissão é também lutar por condições mais seguras e justas de trabalho, por respeito aos direitos autorais e por reconhecimento profissional.
No entanto, a formação do repórter fotográfico exige mais do que talento. É preciso estudo, prática constante, conhecimento técnico e, acima de tudo, compromisso com a verdade. Não se trata de “bater foto”, mas de construir uma linguagem que informe, comova e transforme. Cada fotografia é um texto silencioso, mas eloquente. É uma página da história escrita com luz.
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Destarte, neste dia especial, que cada redação, cada veículo de comunicação e cada cidadão possa prestar sua homenagem a esses profissionais que, mesmo no anonimato, constroem o retrato fiel de nossa realidade. Não deve faltar incentivo, valorização e espaço para que continuem exercendo sua arte com liberdade e dignidade.
Em epítome, enquanto houver alguém olhando o mundo com atenção e clicando com propósito, haverá esperança de um jornalismo mais humano, verdadeiro e transformador.
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