Cemitérios de Capinzal recebem melhorias para o Dia de Finados |
Por Jaime Telles
De novo, o discurso político atropela a realidade.
Para início de conversa, as APAEs foram criadas devido à ausência ou incapacidade dos poderes constituídos de lidar com assunto tão sensível. A história confirma: “Em 11 de dezembro de 1954, no Rio de Janeiro, foi fundada a primeira unidade pela iniciativa do casal de diplomatas americanos Beatrice e George Bemis.”
Sabe por quê? Porque não havia nenhuma instituição para dar suporte ao filho com Síndrome de Down. Sim. Foi por isso que eles criaram a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais — um mutirão de boa vontade que logo encontrou eco, porque não eram únicos naquela situação. Daí, por afinidade, compaixão ou simples senso de humanidade, a APAE logo mostrou a que veio.
Ah, que bom! Ficou cômodo para os poderes públicos, que se encostaram no barranco como meros “apoiadores” daquele pioneirismo que se tornou uma grande rede nacional de atendimento a pessoas com deficiência.
Minha ressalva fica para aqueles bravos mandatários e legisladores que, à custa de porfiados debates, promoveram avanços aqui ou acolá, aos poucos legitimando que a mão forte do setor público pudesse alcançar o setor, mesmo que à certa distância.
O resto da história o povo conhece muito bem. Basta imaginar o que seria do sistema sem o trabalho das APAEs e de outras similares que surgiram pelo mesmo motivo: ausência ou inoperância do poder público.
Isso mesmo: a força motriz ainda é o voluntariado, porque, neste barco, o poder público ainda viaja de carona. Não tem compromisso direto.
E para piorar, eis que agora, 71 anos depois de tantas conquistas, com notável modelo organizacional e operacional, o que vemos é um “tiro no pé”, com o desrespeito que já não surpreende.
Muito além do campo da educação, o desastroso governo Lula acendeu essa polêmica que transcende os valores éticos e humanos da sociedade brasileira.
Distante da vida real e com viés ideológico, alguma mente doentia redigiu o abjeto Decreto nº 12.686/2025, que institui a nova Política Nacional de Educação Especial e Inclusiva. Pode até soar bonito no discurso, mas é perigoso na prática. O pretexto é promover “inclusão”, num texto que impõe obstáculos concretos ao ensino de crianças e adolescentes com deficiência, ignora leis e experiências consolidadas e fere o direito das famílias de decidir o que é melhor para seus filhos, direito assegurado pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e pela Constituição Federal.
Como é próprio da esquerda, a ideologia fala mais alto que a ciência, a qual se baseia em evidências.
O absurdo inclui a obrigatoriedade da matrícula em escolas regulares, suprimindo o termo “preferencialmente” da LDB.
Então, o que era um direito passa a ser imposição, desconsiderando as diferenças cognitivas, emocionais e funcionais que caracterizam a individualidade humana. E insistem em chamar isso de “inclusão”. Haja paciência!
Essa loucura abre profunda ferida nas instituições especializadas.
O decreto não as extingue formalmente, mas as isola financeiramente, relegando-as à condição de exceção. Sem apoio federal, muitas podem fechar as portas. Mais que espaços pedagógicos, trata-se de um modelo conhecido e confiável, onde há afeto e dignidade.
Como sabemos, a Justiça não age, mas reage quando provocada. Provoquemo-la, na forma da Lei. Porque incluir não é confinar.
Para quem tanto vocifera sobre diversidade, cadê a dignidade?
O que está posto é a negação do que há de mais humano na educação: o reconhecimento das diferenças individuais.
Fica então patente que a ideologia da igualdade só gera desigualdade, para o deleite de alguns, cujos planos são assustadores, a considerar o perfil da brava gente brasileira, que infelizmente já se vê perto demais do “temor servil.”
O TEMPO jornal de fato desde 1989:
https://chat.whatsapp.com/IENksRuv8qeLrmSgDRT5lQ
https://www.facebook.com/aldo.azevedo.5/
https://www.facebook.com/otempojornaldefato/
O Tempo de fato (@otempojornalfato) - Instagram
https://www.youtube.com/@otempojornaldefato
Deixe seu comentário