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O TEMPO jornal de fato

A China esverdeia o planeta

Mario Eugenio Saturno (https://cientecfan.blogspot.com/  ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Tenho escrito no último ano que a China está abandonando o carvão e do petróleo e começa a fazer esforços para deixar de ser o país que mais emite dióxido de carbono (CO2). O que eu não previ é que este país faria nos demais países do planeta um processo de esverdeamento (green, eco-friendly), não um green-whashing (parecer mais sustentável).

Há 35 anos, escrevo sobre os efeitos daninhos dos combustíveis fósseis e que os combustíveis sustentáveis são um negócio mais que bilionário, e que nossa classe política é dominada por uma estultice inacreditável, tem um comportamento de viciado, defende o carvão mineral como um bêbado defende o uísque e a pinga. Também o gás natural é deletério e tem que ser substituído pelo biogás.

A era industrial foi extremamente útil para o progresso e a descoberta e uso dos combustíveis fósseis baratos como carvão, petróleo e gás sustentou o crescimento. E, também, a necessidade de mais energia fóssil. E 250 anos foram suficientes para desenterrar quase um bilhão de anos de seres vivos mortos e transformados em reserva de energia... E CO2.

A geração de energia verde como a hidrelétrica tornou o Brasil um exemplo. E da eólica fez da Califórnia um caso de sucesso. Eu testemunhei, em 1992, durante os preparativos do lançamento do SCD-1, eu guiava todo dia de Lancaster para a Base de Edwards, e via as centenas de turbinas eólicas no Deserto de Mojave e também os canais de água.

Enquanto Trump e Bolsonaro favoreciam o carvão mineral, a China desenvolvia seu grande negócio: desenvolver, fabricar e vender baterias, painéis solares e turbinas eólicas para o mundo todo. Resultado, os EUA deixaram de ser a vanguarda e o Brasil patinou e está perdendo a grande "janela de oportunidades" que representa a energia verde.

Obrigado políticos estultos! É o que dizem os empresários e governantes chineses.

O lado bom (bright side, como diriam os ingleses) é que o domínio chinês nas indústrias de energia limpa está criando as condições para uma queda no uso de combustíveis fósseis, é o que constata o Relatório da Ember, que foi elaborado por um grupo de pesquisa focado nas perspectivas das tecnologias de energia limpa.

O relatório levantou muitos dados, como a escala da produção chinesa que desde 2010 fez os preços dessas tecnologias caírem entre 60% e 90%. No ano passado, mais de 90% dos projetos de energia solar e eólica no mundo geraram eletricidade mais barata do que a alternativa fóssil mais barata disponível. ENTENDERAM, senhores defensores do carvão mineral e petróleo?

Neste ano, Trump eliminou quase todo o apoio federal às energias renováveis. E pressiona muitos países a comprarem combustíveis fósseis americanos como parte de acordos comerciais. Na contramão, os chineses apostam na queda nos custos da energia renovável, favorecendo especialmente os países mais pobres. Isso fará dos investimentos em fósseis o maior desperdício da história.

Ao contrário dos EUA, temos ainda todas as condições para parear a China na energia limpa de álcool, óleo e gás, pois temos a Embrapa, o IAC, muitos institutos da USP, Unicamp, Unesp, Marinha...


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