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O TEMPO jornal de fato

A RELEVÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)

Primeiramente, a crescente degradação dos recursos naturais, o agravamento das mudanças climáticas e a escassez de insumos essenciais à vida colocaram a questão ambiental no centro do debate público, empresarial e institucional. Nesse contexto, a gestão ambiental emerge como uma abordagem estratégica e urgente para equilibrar as demandas de desenvolvimento econômico com a necessidade de preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Mais do que uma resposta técnica a problemas ecológicos, a gestão ambiental é, hoje, um instrumento fundamental de planejamento, governança e responsabilidade social.

Destarte, de maneira ampla, a gestão ambiental pode ser entendida como o conjunto de políticas, práticas, procedimentos e ferramentas utilizados para administrar as interações entre as atividades humanas e o meio ambiente. Ela visa prevenir, mitigar e, quando necessário, remediar os impactos ambientais negativos decorrentes de ações antrópicas, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável. Seja em empresas privadas, órgãos públicos ou organizações da sociedade civil, a gestão ambiental bem estruturada permite não apenas o cumprimento da legislação, mas também a geração de valor e reputação, a redução de custos operacionais e o fortalecimento de uma cultura organizacional comprometida com a sustentabilidade.

De outro vértice, no âmbito empresarial, a adoção de sistemas de gestão ambiental (SGAs) vem se tornando um diferencial competitivo. Empresas que investem na redução de emissões de gases de efeito estufa, no uso racional da água, na gestão de resíduos e na eficiência energética demonstram compromisso com a sustentabilidade e, com isso, conquistam a confiança de investidores, consumidores e parceiros. Certificações como a ISO 14001 são cada vez mais valorizadas no mercado global e funcionam como garantia de que a organização está atenta aos seus impactos ambientais e comprometida com a melhoria contínua de seus processos. Ademais disso, operações ambientais responsáveis ajudam a prevenir sanções legais, a evitar passivos ambientais e a promover a inovação tecnológica.

Entrementes, no setor público, a gestão ambiental é essencial para garantir a aplicação efetiva de políticas públicas voltadas ao ordenamento territorial, à conservação da biodiversidade, ao saneamento básico e à qualidade de vida das populações. Municípios, estados e a União têm responsabilidade direta na formulação e execução de políticas ambientais coerentes, participativas e integradas. A atuação de conselhos municipais de meio ambiente, de secretarias especializadas e de agências de fiscalização é decisiva para o cumprimento das metas ambientais estabelecidas em nível nacional e internacional. A gestão adequada de unidades de conservação, a promoção da educação ambiental e a fiscalização de empreendimentos com potencial poluidor são exemplos de ações imprescindíveis para a construção de territórios sustentáveis.

Outro ponto que reforça a importância da gestão ambiental está relacionado à crise climática global. O aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos, tais como secas, enchentes e ondas de calor, exige a adoção de estratégias de adaptação e resiliência nos diversos setores da sociedade. Nesse sentido, a gestão ambiental atua como ferramenta de diagnóstico e planejamento, permitindo identificar vulnerabilidades, elaborar planos de contingência e promover ações de mitigação.

Por conseguinte, a integração entre gestão ambiental e gestão de riscos climáticos se configura em agenda prioritária para Administração Pública e empresas diante dos cenários de instabilidade climática.

A dimensão social da gestão ambiental também merece destaque. A poluição de rios, o desmatamento e a contaminação do solo afetam diretamente comunidades vulneráveis, aprofundando desigualdades socioambientais. Uma gestão ambiental justa e inclusiva deve considerar os direitos das populações tradicionais, indígenas, quilombolas e das periferias urbanas, garantindo sua participação nos processos decisórios e promovendo a justiça ambiental. Iniciativas de educação ambiental, agroecologia, economia circular e cooperativismo são fundamentais para integrar a conservação ambiental com a melhoria da qualidade de vida.

Em última análise, importa reconhecer que a gestão ambiental não se resume a ações pontuais ou reativas, mas requer uma mudança de paradigma. Trata-se de adotar uma visão sistêmica sobre a relação entre sociedade e natureza, rompendo com a lógica de exploração ilimitada dos recursos naturais. Requer planejamento de longo prazo, investimento em ciência e tecnologia, engajamento de diferentes setores e fortalecimento da cidadania ambiental. A formação de profissionais capacitados em gestão ambiental, bem como o incentivo à pesquisa aplicada, são medidas urgentes para enfrentar os desafios ambientais do século XXI.

Em epítome, em face de tudo isso, é inegável que a relevância da gestão ambiental transcende questões técnicas ou legais: ela é, essencialmente, uma expressão do compromisso coletivo com o futuro do planeta. Em um cenário de intensas transformações ecológicas, econômicas e sociais, investir em gestão ambiental é investir na própria viabilidade da vida humana.

Por final, ao integrar responsabilidade, conhecimento e ação, a gestão ambiental torna-se um dos pilares mais sólidos para a construção de matriz de desenvolvimento verdadeiramente sustentável.


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