A cada dia nos perguntamos: qual o valor de nossa vida? Para que estamos neste mundo? Frente às notícias trágicas e as barbaridades cometidas, estas perguntas tornam-se angustiantes, mas revelam a profundidade da existência!

Quando nos deparamos com situações de tristeza e de questionamento do viver, lembramo-nos dos apontamentos do sábio livro, denominado de Bíblia Sagrada, onde encontramos o Eclesiastes, escrito há mais de 2.400 anos. Neste livro, um sábio rei de Israel, tendo por nome de Coélet, faz um exame detalhado da situação em que seu povo viveu, chegando à seguinte conclusão: é preciso discernir cada momento da vida, entendendo que neste mundo tudo é frágil e passageiro! 

Talvez os momentos de amarguras pelos quais constantemente passamos, seja pelo fato de convivermos com perigos que rondam a existência, ou pela tentação de perder o sentido em buscar oportunidades em desfrutar das benesses da vida, levam ao esquecimento da verdade: “debaixo do céu há momento para tudo” (Ecl. 3,1), assim, o ser humano esquece que é preciso ter discernimento e entender que somos criaturas geradas por Deus e, só Ele tem a visão do conjunto da existência. Portanto, não há alternativa: devemos aceitar o tempo presente entendendo ser um grande dom de Deus, e buscar fazer a coisa certa em cada oportunidade! 

Como é profundo quando Coélet anuncia: “Há tempo para nascer e tempo para morrer!” (Ecl. 3,2). Estes dois extremos da vida nos fazem refletir: com nosso nascimento recebemos uma dádiva dos céus, e somente o Criador e Salvador sabe de tudo; quando compreendida essa dimensão passamos a entender como a existência tem regras definidas, inclusive a própria morte, ela nunca será o ‘fim’, mas, passagem para outra dimensão espiritual.

Contudo, existe uma verdade exposta nestes extremos: o ser humano muitas vezes mesquinho, soberbo e sem fazer a sua reforma íntima, imagina ser ‘superpoderoso’, esquece sua mortalidade, pois pouco sabe inclusive de sua própria vida!

A vida das grandes criaturas que se tornaram luz, ainda neste mundo, pautou-se na máxima do Eclesiastes: ‘saber discernir cada momento da vida’, mas, sob a ótica da luz divina! Cito dois grandes exemplos que foram seguidores do grande Mestre Jesus Cristo: Francisco de Assis e Francisco Xavier. Dois ‘Chicos’ que souberam pautar suas vidas na busca de mudanças e nunca perdendo a dimensão espiritual. A simplicidade e discernimento da espiritualidade provocaram profundas mudanças na vida destes seres angélicos! Um sacudiu as estruturas da Igreja Católica, outro demostrou que apenas ‘porta de igreja’ não pode salvar alguém!  

A espetacular história de vida destas duas criaturas demonstra como a inspiração divina foi intensidade e, o entusiasmo se origina em pequenas oportunidades do cotidiano. Estes mesmos no sacrifício e na incompreensão deste mundo, não deixaram de acreditar e discernir que em cada momento é preciso viver de forma melhor. Eles provam que o esforço em levar a existência na sua magnitude, compreendendo cada experiência vivida, torna o humano forte que vai deixando seu legado para a melhora do mundo!

Os dois ‘Chicos’, viveram em tempos diferentes, demonstraram que o ser humano, quando acredita em Deus e na espiritualidade, valoriza sua vida, busca discernimento e foca-se no bem comum.

Pense nisto! Até o próximo!