Prefeitura de Campos novos entrega doces à UNICAMPO para ações de Natal nos bairros |
Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa
Na fila do banco ouvi duas pessoas criticarem o Programa Bolsa Família, justificando que sempre lutaram e batalharam muito, e nunca precisaram de nenhuma ajuda. Essas afirmações refletem o desconhecimento do que significa ser privilegiado no Brasil. O privilégio as vezes não é algo muito visível, e quem o possui tenta não assumí-lo.
Na universidade onde trabalho desenvolvo pesquisas que objetivam refletir sobre o impacto dos privilégios na corrida pelo sucesso e êxito profissional na sociedade. Uma das atividades que realizamos foi a construção de um instrumento de medição do privilégio, baseado na realidade brasileira.
De acordo com alguns autores estudados, cada questão abaixo representa um item que tem influencia sobre a trajetória no campo educacional e profissional do indivíduo. Essas questões são mais apropriadas para quem tiver nascido entre 1970 a 1990. A cada resposta afirmativa em uma dessas perguntas, seu índice de privilégio será maior. Por isso, tente calcular seu índice de privilégio (IP), respondendo “sim” ou “não” para as questões que seguem:
Me identifico como homem (peso 2); Sou branco(a) (peso 2); Pelo menos dois de meus avós são brancos; Meu pai e minha mãe são brancos; Pelo menos um de meus pais recebeu herança familiar como imóveis ou dinheiro; Pelo menos um de meus pais teve oportunidade de estudar fora de casa entre 12 e 18 anos com custeio dos pais; Pelo menos um de meus pais ou responsáveis possuía ensino médio completo quando eu era criança; Pelo menos um de meus pais possui ensino superior; Entre 07 e 16 anos nunca precisei trabalhar fora de casa para ajudar no sustento da casa; Quando criança e adolescente realizei mais de três viagens de férias para outra cidade com minha família; Meus pais ou responsáveis tinham carro próprio, quando eu era criança; Quando criança, minha família tinha telefone fixo, ou todos tinham celular e acesso à internet em casa; Quando criança eu ia ao cinema ou teatro com frequência, pelo menos duas vezes ao ano; Quando criança e adolescente, meus pais tinham hábito de assistir filmes regularmente em casa; Quando criança e adolescente lembro que um de meus pais ou responsáveis tinham o hábito de ler livros diariamente; Quando criança e adolescente lembro que meus pais tinham assinatura de jornais ou revistas ou TV a cabo; Concluí meu curso de ensino superior antes dos 25 anos; Até meus 25 anos sempre pude contar com ajuda financeira de meus pais ou familiares para alguma emergência; Sempre teve comida na minha casa; Realizei meu primeiro curso superior sem precisar trabalhar fora para custear minhas despesas; Consegui ser indicado para algum emprego; Quando criança, meus pais ou responsáveis compravam livros para eu ler; Entre 07 a 18 anos fiz algum curso (atividade) extra pago pelos pais (ou algum amigo, parente), como: inglês, informática, dança, música, etc; Sempre fui tratado(a) com dignidade e respeito na sociedade sem ter sofrido racismo ou algum tipo de assédio.
E aí, entre 0 a 26, qual foi seu IP? Em um país marcado pelo racismo, preconceito, machismo e alto nível de desigualdade social, cada resposta afirmativa a uma dessas questões, pode te colocar à frente de outros brasileiros na corrida pelo sucesso e qualidade de vida.
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