CAPINZAL LANÇA “HISTÓRIAS DE NATAL” E ABRE OFICIALMENTE A PROGRAMAÇÃO NATALINA |
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalistas (MT/SC 4155)
Em primeiro lugar, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma das datas mais significativas do calendário cívico brasileiro, pois convoca toda a sociedade a refletir sobre a formação histórica do país, marcada profundamente pela presença africana e afro-brasileira. A escolha deste dia homenageia Zumbi dos Palmares, líder do mais duradouro quilombo da história do Brasil, símbolo maior da resistência à escravidão e da luta por liberdade. Mais que uma lembrança histórica, a data funciona como convite permanente ao reconhecimento da dignidade, da cultura, das contribuições e dos direitos da população negra, cuja trajetória foi — e ainda é — atravessada por desigualdades estruturais profundamente enraizadas.
Destarte, falar do Dia da Consciência Negra é reconhecer que o Brasil se construiu sobre o trabalho forçado de milhões de africanos escravizados, arrancados de suas terras e submetidos a violências físicas, psicológicas e culturais. Essa herança deixou marcas profundas, que se refletem até hoje nos índices de acesso à educação, à saúde, ao emprego, à moradia e à participação política. Ignorar essa história seria perpetuar injustiças; enfrentá-la com seriedade é o caminho para uma sociedade verdadeiramente democrática. Por isso, o 20 de novembro não deve ser compreendido como apenas uma data comemorativa, mas como um marco de conscientização que desafia cada pessoa a assumir responsabilidade e compromisso com a equidade racial.
Por conseguinte, ao longo das últimas décadas, o Dia da Consciência Negra ganhou força como espaço de afirmação identitária e reconhecimento cultural. A influência africana — presente na língua, na culinária, na música, na religião, na estética e em tantas outras dimensões — compõe parte essencial da brasilidade. No entanto, durante muito tempo, essas contribuições foram invisibilizadas ou tratadas como folclore, e não como pilares fundamentais da formação da nação. A data, portanto, possibilita uma revalorização da história e da memória afro-brasileira, resgatando narrativas apagadas e fortalecendo o orgulho de uma população que, apesar de tantas adversidades, preserva tradições, saberes e formas de resistência.
Todavia, o Dia da Consciência Negra também evidencia a urgência de transformações profundas. O racismo no Brasil não se manifesta apenas em ofensas individuais, mas estruturalmente, reproduzindo desigualdades e limitando oportunidades. Reconhecê-lo é passo essencial para combatê-lo. Políticas públicas de inclusão, ações afirmativas, educação antirracista e combate à violência policial são medidas imprescindíveis para que a data não se transforme em um ritual vazio. É preciso que 20 de novembro ecoe durante todo o ano, inspirando práticas que garantam às pessoas negras pleno acesso aos direitos e condições dignas de vida.
Ademais, ass escolas, o Dia da Consciência Negra se destaca como oportunidade pedagógica fundamental. A Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, mas sua aplicação ainda encontra desafios. Projetos educativos que valorizem o protagonismo negro contribuem para combater estereótipos, ampliar o repertório cultural dos estudantes e promover uma convivência mais justa e empática. Ensinar sobre civilizações africanas, reinos, filósofos, cientistas, escritores e líderes políticos amplia horizontes e corrige distorções seculares da narrativa histórica.
Outrossim, no ambiente social mais amplo, a data também estimula diálogos que ultrapassam fronteiras raciais. A luta pela igualdade não é responsabilidade apenas das pessoas negras, mas de toda a sociedade. O combate ao racismo exige mudança de mentalidades, revisão de práticas cotidianas e enfrentamento das desigualdades que afetam a vida de milhões de brasileiros. Significa reconhecer privilégios, abrir espaços de representatividade, promover ambientes de trabalho diversos e respeitar as múltiplas formas de expressão da identidade negra.
De ouro vértice, ao celebrar o Dia da Consciência Negra, reafirma-se que a liberdade pela qual Zumbi dos Palmares e tantos outros lutaram ainda é projeto em construção. A data simboliza memória, resistência e futuro. Memória, porque resgata histórias que foram silenciadas. Resistência, porque fortalece a luta coletiva contra o racismo. Futuro, porque aponta para um país mais igualitário, onde todas as pessoas possam viver com dignidade, respeito e oportunidades reais.
Em epítome, o importantíssimo Dia da Consciência Negra não é apenas um marco no calendário, mas um chamado à ação. Ele nos lembra que a construção de uma sociedade justa passa pelo reconhecimento de nossa história, pela valorização da cultura afro-brasileira e pela luta diária contra o racismo em todas as suas formas.
Por final, ao compreender o significado profundo desta data, cada pessoa se torna parte da construção de um Brasil mais plural, inclusivo e consciente de que a igualdade racial é condição indispensável para a verdadeira liberdade e para a democracia nacional..
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