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Trabalhadores explorados em Michigan

Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

O brasileiro está acostumado a ver notícias sobre trabalho semelhante a escravidão ou infantil, praticas que são descobertas ainda hoje em nosso país. Críamos que coisas desse tipo não aconteciam em países do primeiro mundo, mas não é o que os pesquisadores da Universidade de Michigan do Projeto dos Trabalhadores Agrícolas de Michigan descobriram e publicaram.

A pesquisa "The Michigan Farmworker Project: A Community-Based Participatory Approach to Research on Precarious Employment and Labor Exploitation of Farmworkers" foi publicada na revista científica Labor Studies Journal e documenta uma série de condições de trabalho e de vida desumanizantes, estressantes, inseguras e não saudáveis dos trabalhadores emigrantes do estado de Michigan. A pesquisa explora especificamente os efeitos do emprego precário e da exploração do trabalho na saúde dos trabalhadores agrícolas.

O objetivo dos pesquisadores é acabar com os abusos contra um grupo de trabalhadores e que lhes são negadas as proteções trabalhistas concedidas à maioria dos trabalhadores nos Estados Unidos.

Existem várias falhas sistêmicas na proteção dos trabalhadores agrícolas em Michigan. Identificaram exploração do emprego e do trabalho, como falta de acesso aos direitos fundamentais do trabalho e sociais, incluindo a desumanização, práticas ocupacionais discriminatórias e acesso insuficiente à saúde e benefícios sociais.

Outras condições e situações relatadas pelos trabalhadores agrícolas incluem um ambiente de trabalho hostil e abusivo, incluindo a negação ao acesso à água para beber ou usar o banheiro, ameaças de ser denunciado ao Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras e falta de cuidados gerais para a saúde e segurança dos trabalhadores.

Os pesquisadores apontam como solução melhorar a legislação e aplicação das leis existentes e ter mais fiscais, pois, por exemplo, a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA conta com 850 inspetores responsáveis pela saúde e segurança de 130 milhões de trabalhadores em mais de 8 milhões de locais de trabalho em todo o país. Isso significa que há cerca de um inspetor de conformidade para cada 70.000 trabalhadores.

A pesquisa entrevistou 35 trabalhadores agrícolas em quatro condados de Michigan que trabalhavam em uma variedade de culturas e produção de alimentos: morangos, mirtilos, maçãs e espargos, entre outras frutas e vegetais.

O estudo foi realizado enquanto os habitantes de Michigan desfrutam dos benefícios das culturas de outono que são possíveis graças a milhares de trabalhadores agrícolas cujo trabalho é essencial para a indústria agrícola do estado e que contribui com quase US$ 105 bilhões por ano para a economia, de acordo com o Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Michigan. Michigan é o segundo maior estado de produtos cultivados e produzidos, depois da Califórnia.

Os pesquisadores colaboraram com as organizações que atuam na comunidade agrícola em Michigan, como o Escritório de Assuntos Migrantes e o Centro de Direitos dos Imigrantes de Michigan.

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