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O TEMPO jornal de fato

Por uma nova concepção de sucesso Prof. Evandro Ricardo Guindani

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

O sucesso individual, buscado até aqui trouxe muitos danos para a sociedade. Buscar a riqueza individual promoveu uma desigualdade muito grande, sendo que aqueles que mais tem são os que conseguem ter mais. É uma roda da fortuna para poucos que exclui milhões. Uma sociedade capitalista que fracassou, tanto socialmente quanto ambientalmente.

Precisamos de um processo pedagógico. A educação para um novo paradigma de sucesso precisa estar ancorada numa pedagogia da alteridade e da humildade que seja introduzida nos primeiros anos escolares. Metodologias de ensino e aprendizagem focadas na sensibilidade ao outro, no estímulo à partilha, à compreensão, à escuta, à solidariedade. Toda atitude egoísta, insensível, arrogante, prepotente, mesmo que provenha de uma criança de 3 anos, deve ser carinhosamente desestimulada com muito trabalho pedagógico, árduo e paciencioso, persistente e duradouro. Os projetos pedagógicos das escolas devem ter como eixo condutor esse novo paradigma do sucesso, claramente explicado aos familiares e responsáveis das crianças.

Muitos pedagogos desenvolveram métodos e teorias que contribuem para o fortalecimento da humildade e da alteridade nas pessoas. Nascido no Nordeste brasileiro, assim como muitos de seus conterrâneos, Paulo Freire (1921-1997) nos legou uma grande lição de humanidade e compaixão, um modelo pedagógico que contribuiu para tornar as pessoas mais conscientes de sua realidade e consequentemente mais humildes e solidárias. 

Na concepção de Freire, o aluno não é uma ilha, ele deve ser compreendido como um ser de relações e complexo, que pensa, sente e aprende de acordo com o meio onde vive. Por isso que para aprender, o indivíduo precisa compreender seu mundo, seu entorno, sua realidade, tomar consciência dela. Esta concepção pedagógica contribui de forma muito intensa para prevenir a arrogância, o egoísmo e a falsa ideia de que as conquistas são apenas individuais.

Na sua experiência docente no interior nordestino, ao mesmo tempo que Freire alfabetizava, ele contribuía para as pessoas lerem o mundo à sua volta, tomarem consciência de classe da sua realidade e juntos transformarem o seu bairro e a sociedade. A aprendizagem era um processo coletivo, a sua prática contribuía para que o indivíduo não pensasse apenas em si, mas sempre no outro que estava ao seu lado.

Esta concepção pedagógica, dentre muitas outras, contribuem para motivar gestores públicos e professores a construírem práticas pedagógicas que consigam superar a lógica da meritocracia e da competição em sala de aula. Uma pedagogia centrada no coletivo contribui para educar a criança a compreender sua interconexão com a natureza e com o outro humano ou animal.

O texto acima é um trecho do livro: “O novo sucesso: uma crítica à meritocracia”, publicado pela Editora Appris. Neste livro defendemos uma proposta de educação para uma nova concepção de sucesso. Um sucesso baseado na humildade e conexão com o outro, com o meio ambiente, com a diversidade e com a ética.

Se quiser aprofundar mais esse assunto, você pode comprar o livro no site da Editora: https://editoraappris.com.br/produto/o-novo-sucesso-uma-critica-a-meritocracia/

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