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“NETTO PERDE SUA ALMA” – UM ÉPICO NOS PAMPAS

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos

Preliminarmente, no coração dos pampas gaúchos,  filme "Netto Perde Sua Alma" desenrolou sua trama épica, um conto visceral de honra, vingança e destino. Sob o céu imenso e azul do Rio Grande do Sul, a história de Neto se tecia como um chimarrão compartilhado entre amigos à sombra de um cinamomo.

Outtrossim, Netto, um jovem destemido protagonizava tal saga. Filho de um estancieiro tradicional, ele carregava no sangue a bravura dos ancestrais que haviam desbravado aquelas terras. Porém, a vida de Neto não era feita apenas de campos verdejantes e amanheceres tranquilos; havia uma sombra que pairava sobre seu destino.

Tudo começou quando a calmaria da estância foi quebrada por um evento trágico. A morte de seu pai, em circunstâncias misteriosas, lançou Neto em um turbilhão de emoções e dúvidas. Ele, que até então tinha o mundo à sua frente, viu-se diante de um dilema: seguir o legado da família ou vingar a morte do pai, custe o que custar.

De outro vértice, a persecução por respostas levou Neto a lugares sombrios da própria mente. Os pampas, que antes pareciam vastos e acolhedores, transformaram-se em um deserto de incertezas.

 Em sua jornada, Neto encontrou personagens que enriqueceram sua travessia: o velho sábio das coxilhas, que lhe ofereceu conselhos enigmáticos; a moça de olhos tristes e alma inquieta, que lhe mostrou o verdadeiro significado do amor e da perda; e o antagonista, cuja presença ameaçadora era um constante lembrete do preço que a vingança cobra.

O diretor, com maestria, capturou a essência do povo gaúcho, suas tradições e seu orgulho indomável. Cada cena era um poema visual, com a beleza crua das paisagens contrastando com a intensidade das emoções de Neto.

As canções, uma ode à cultura regional, permeavam a narrativa, tornando-se quase um personagem à parte, que conduzia o espectador por esse labirinto de sentimentos.

No clímax, quando Neto finalmente confrontou o responsável pela morte de seu pai, a verdade revelou-se tão devastadora quanto libertadora. A vingança, que ele pensava ser sua única saída, mostrou-se uma prisão. Perder a alma, no fim, não era sobre sucumbir ao ódio, mas sobre redescobrir a própria essência em meio ao caos.

Em epítome, "Netto Perde Sua Alma" é mais que um filme; é uma viagem ao âmago da existência humana, onde o amor, a dor e a redenção se entrelaçam como os ventos que sopram sem fim sobre os pampas.

Por final, ao esmaecer das luzes, deixamos o cinema com a alma tocada, como se tivéssemos cavalgado ao lado de Neto, sentindo cada batida de seu coração, cada sopro de sua luta, cada centelha de sua redenção.

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