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Num mundo encantado errante

  • - Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).

Por Evani Marichen Lamb Riffel

         

Era uma vez uma biblioteca que acervava muitos livros, os mais belos clássicos infantis. Os leitores não resistiam ao encantamento armado ali pela contadora de histórias. Sentavam na rodinha para apreciar as histórias contadas, momento mágico, no qual os livros no imaginário infantil, criavam asas. Desciam das altas prateleiras a voar. Um deles teria a sorte de cair na mão da contadora de histórias, os demais graciosamente em voo a voltar ao antigo lugar.

      Neste dia o escolhido foi um livro de capa dura, lindamente ilustrado, banhado de pó pirlimpimpim dourado. Os personagens da capa eram conhecidos...

... Mas... Que estranho! Todos num livro reunidos: Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, a Madrasta Malvada, o Lobo, os Três Porquinhos, o Caçador, a Bela adormecida, João e Maria, a Galinha Ruiva, os Sete Cabritinhos, o palhaço Picolé, um Mágico, uma Bruxa Malvada. O livro trazia outros personagens, porém, estes invisíveis, sob o encanto da Bruxa má, a madrasta da Branca Neve.

      -Nossa! Que livrão pesado.... Foi voaaaaaando, aterrissou suavemente nas mãos da querida contadora de histórias.... Que o abriu! Os personagens foram saindo... A encantar a rodinha de leitores!

E... Agora! Saíram dos clássicos e entraram no mundo da gente, da biblioteca, da contadora de histórias e da rodinha das crianças. Pois bem! Que seja... Encanto, magia, imagístico mundo a rodar e abrir páginas do clássico precioso.

      As histórias viraram do avesso! Cinderela não perdeu o sapatinho de cristal, Chapeuzinho Vermelho não encontrou o Lobo Mau, a madrasta má da Branca de Neve ficou bondosa, Branca de Neve ficou bronzeada, ainda mais charmosa, os Três porquinhos não foram perseguidos pelo lobo deles, o caçador não matou nenhum lobo, a Bela Adormecida não dormiu o sono profundo, nem precisou ser acordada pelo Príncipe galopante.

-Que lástima! João e Maria não encontraram a casinha de doces... Só a bruxa má. O mágico transformou o palhaço Picolé em sorvete de chocolate com morango, olé!

      A Galinha Ruiva plantou milho com seus pintinhos, mas o milho foi roubado, colhido por animais desonestos, agiram na escuridão da noite. Até o Porco preguiçoso ficou estarrecido com o ocorrido, foi consolar a Galinha Ruiva.

      Os sete cabritinhos não atravessaram a ponte da bruxa, foram pastar livres no campo e mamãe cabrita nem se preocupou.

      E... Os personagens invisíveis se negam a aparecer, a sair da história e fazer parte deste mundo em que vivemos. Temem a violência e a corrupção, a depredação ambiental em prol de valores, o desemprego, a fome, as guerras urbanas, as disputas pelo poder, a incompreensão, a intolerância de alguns, o individualismo desta era, o consumismo desenfreado, o ter atropelando o "ser."

      Óh, que pena! Nenhuma alma é pequena quando viver vale a pena!

-Viver no mundo imaginário?

-Viver no mundo real?

-Socorro, quero viver na fantasia de um mundo in valores!

Há dúvidas! Penso em ficar invisível também. Fechar os olhos e acordar num mundo melhor!

 

 

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