Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Teólogo e Cientista da Religião
Em primeiro lugar, o Islã, a derradeira religião monoteísta do mundo, constitui-se em mais do que um dispositivo de crenças; é uma revelação que se completa na sua essência ao longo da história e se afirma como a última e definitiva mensagem divina. Originário da Península Arábica, no século VII, o Islã foi revelado ao Profeta Muhammad (Maomé), que a paz e benção de Allah estejam sobre ele, por meio do Arcanjo Gabriel, conforme narrado no volume sagrado o - Alcorão. Essa revelação trouxe a mensagem que representa a completude da orientação divina para a humanidade, integrando e consolidando ensinamentos de profetas anteriores como Abraão, Moisés e Jesus.
Outrossim, o conceito de “completude da revelação” no Islã está profundamente enraizado no Alcorão e nos ensinamentos do Profeta Muhammad, onde é afirmado que o Islã não é uma nova religião, mas a restauração e a culminação da mensagem que sempre foi transmitida à humanidade pelos profetas enviados por Deus. A palavra “Islã” significa “submissão” em árabe, e representa a entrega completa do ser humano à vontade divina, que indica o caminho para a paz e a salvícia. A revelação islâmica se apresenta, assim, como um código abrangente de vida que regula não apenas a espiritualidade, mas também os aspectos sociais, econômicos e políticos da vida.
No contexto do Islã, Allah Deus em à uz do idioma português) é o mesmo Deus dos profetas anteriores. A crença fundamental é a unicidade de Deus, um conceito que rejeita qualquer forma de idolatria ou politeísmo, sustentando que Deus é único, onisciente e onipotente. O Alcorão se configura no magistério literal de Deus, livre de qualquer erro ou corrupção, servindo à guisa de orientação final e imutável para todas as gerações. Esta percepção é reforçada pelo próprio Alcorão, o qual se declara revelação foi completada e preservada por Deus.
Entretanto, um ponto essencial na compreensão da completude da revelação islâmica é o papel do Profeta Muhammad como o “Selo dos Profetas”. Esse título implica que ele é o último dos mensageiros de Deus, encerrando uma longa linhagem de profetas. Dessarte, nenhuma outra revelação será dada à humanidade após ele, e o Islã representa o cume e a síntese das mensagens anteriores. O profeta Muhammad não apenas transmitiu as palavras de Deus, mas também serviu como exemplo vivo dos ensinamentos islâmicos. Seu magistério e práxis contribuem sobremodo para orientação dos e das fiéis.
Por conseguinte, a revelação islâmica se configura completa, porquanto aborda todas as esferas da vida e oferecem diretrizes tanto para o desenvolvimento espiritual quanto para a construção de uma sociedade justa. O Alcorão traz ensinamentos sobre ética, direitos humanos, justiça, relações interpessoais, e até diretrizes para questões familiares, econômicas e políticas, sendo considerado um guia para a vida em todos os sentidos.
Destarte, a revelação do Islã preenche retifica distorções hospedadas nas escrituras anteriores, representando, destarte, o ápice da orientação divina para a humanidade.
Ademais disso, o Islã incentiva o conhecimento e o estudo, entendendo que a revelação deve ser constantemente interpretada e aplicada aos contextos em transformação. Os estudiosos muçulmanos, ao longo dos séculos, têm se dedicado à interpretação e à jurisprudência islâmica, buscando harmonizar a tradição com os avanços sociais. Esse processo permite que o Islã mantenha-se relevante e dinâmico, sempre guiado pelo Alcorão e pelo exemplo do Profeta, colimando particularidades de diferentes épocas e lugares.
Em epítome, a completude da revelação islâmica se constitui na mais completa orientação de Deus para a humanidade.
Por final, o sentimento de completude traz visão de missão e responsabilidade, incentivando humanidade a viver de acordo com a orientação divina e a usar a fé como critério para a ação.
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