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Nas entrelinhas dos Atos dos Apóstolos

  • - Mario Eugenio Saturno

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Como já se descreveu em artigos anteriores, os Atos dos Apóstolos retratam o início da comunidade (igreja) cristã, sob nova direção, dos homens, com algumas intervenções de Jesus ou dos anjos, mas auxiliados pelo Espírito Santo.

Com a acolhida de Cornélio na comunidade cristã, assunto do artigo anterior, Pedro abrira um precedente. Fundou uma comunidade no grande centro pagão de Antioquia na Síria (At 11,19-30), concretizando a marcha do Evangelho entre os pagãos. A capital da província romana da Síria, Antioquia, que na época tinha meio milhão de habitantes, era a terceira cidade do império, depois de Roma e Alexandria.

Embora Jerusalém seja a sede do cristianismo, Antioquia será o centro dinâmico, pois é dali que se irradiará no mundo grego e romano. Pouco a pouco as lideranças cristãs se deslocam de Jerusalém para Antioquia. Não é um deslocamento geográfico, pois, aos poucos, o cristianismo forma sua identidade própria e se separa do judaísmo oficial, sediado em Jerusalém.

Primeira viagem missionária de Paulo mostra que o problema não consiste em aceitar que os outros se salvem, mas aprender a conviver com essas novas pessoas, reunir-se para partilhar a liberdade e a vida, que é projeto de Deus.

Desse choque cultural, torna-se necessário fazer o Concílio de Jerusalém (At 15,1-35), a primeira reunião deliberativa para esclarecer e decidir a teoria e a prática do cristianismo. Não é necessário antes ser judeu para depois tornar-se cristão e nem os pagãos e nem os judeus ficam obrigados ao ritual da circuncisão e à observância da lei mosaica.

Na segunda viagem de Paulo (At 15,36-16,1), ele vai até a Macedônia e a Grécia, penetrando o mundo europeu. Lucas procura salientar que essas comunidades surgiram e cresceram a partir da iniciativa do próprio Deus e do seu Espírito, e não por causa do capricho ou ambição dos missionários.

Seguindo a "via Egnatia", rota de comunicação do império romano com o Oriente, Paulo e seu grupo de missionários chegaram à Tessalônica. O grupo escolhe os grandes centros urbanos, onde havia sempre uma sinagoga judaica, onde começavam a evangelização. É claro que a meta da viagem era Atenas, centro do mundo e da cultura dos gregos.

A pregação de Paulo gera conflitos com as autoridades, pois Messias, em grego "Cristo", soava como príncipe ou rei, e Senhor, em grego Kyrios, soava como "imperador". Os judeus não convertidos denunciam Paulo, certamente por perderem público na sinagoga.

Paulo fracassa em Atenas, que tinha somente 5.000 habitantes, mas era o centro cultural e religioso do mundo grego (At 17,16-34). No Areópago, Paulo expõe a Salvação, mas a ressurreição é a grande novidade do anúncio. Os gregos entenderam bem e rejeitaram a mensagem, caçoando com desprezo.

Paulo dirige-se a Corinto (At 18,1-17). Corinto fora destruída em 146 a.C. e reconstruída em 44 a.C. por Júlio César. A partir de 27 a.C., fora transformada em província senatorial da Acaia e tornou-se a mais importante cidade da Grécia. Segundo Lucas, a evangelização de Corinto torna-se chave para o caminho do cristianismo, pois foi lá que o fermento cristão criou personalidade própria, deixando a cultura judaica.

 

 

 

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