Por Evani Marichen Lamb Riffel

Caro(a) Leitor(a), fácil dizer o que aqui digo, difícil fazer... Porém, contudo, todavia... "Só existem dois dias no tempo que nada pode ser feito: ontem e amanhã... Então hoje é o dia para humanizar, caridar, amar e enxergar com o coração..."

      Pirlimpimpim... a história sem fim... ENFIM!...

A CARIDADE

      Um cão magrela e arrepiado atravessou a rua quando distraída por ele escorreguei a bota na geada negra, que acinzentava a manhã deste dia 06 de julho de 2019.

       O inverno chegou depois de muitos burbúrios nas horas de jogar conversa fora: -Cadê o frio que não chega? -Que inverno de dias tão quentes, o frio está tardio! - Nem consegui estrear meu casaco longo de lã batida, meu cachecol em pele e aquele gorro que trouxe do Chile... Nem usei ainda minha bota em couro e pele de cano longo e salto elegante. Que desperdício a encher o guarda-roupa!

       07 de julho, no bairro de casas pobres e outras de lona, papelão, estacas e panos rasgados, o vento polar entra dançando e zunindo o frio de -6° a -9°. Os burbúrios são ao extremo antagônicos, onde sente-se a dor do frio quase sempre acompanhada da fome e desagasalho:

- Meu Deus, permita que logo o sol chegue para aquecer o inverno das crianças, idosos e os sem agasalhos... diz uma alma penalizada envolta num cobertor "pulguento."

      08 de julho, segunda feira, a semana começa e saio pela porta da rua apressada para ir ao trabalho. A caminhar?? -Não, que sorte, minha filha veio me apanhar. -Oba! Carona!...

      Do vitral do carro observo a rua, a vida que anda... Carros, motos, os ônibus escolares a transitar esfumaceados... O frio intenso... A geada a cobrir os telhados, as árvores, os gramados e alguns pobres desgarrados...       -Quem? Animais? Pessoas?

      -Cão sem dono?

      Hoje nem ele não está a passar pelo rigor do frio e da fome. Assaltou um lixeiro e foi tirar uma soneca embaixo da ponte.

Porém...

-Fora, fora cão sem dono aqui já tem morador... De rua... Ontem a noite nem o abrigo costumeiro abriu a porta para um friorento atrasado.

-Vai pra rua, seu cachorro sem dono...

Ei! EI!- Ele ou o cachorro???? Au, au, au...

-Que dó... Do menino sem agasalho, sem eira, sem porteira... Ali no banco, em cama de papelão coberta de jornal, abandono total.

-Ei!! Ei!... - O QUE TENHO A VER COM ISSO???

SEJA HUMANO, DOE AGASALHOS E DISTRIBUA A CARIDADE de todos os afetos... Neste rigoroso inverno.

-Sobroouuu???...

Doouuuu!!!...

*Agasalha a alma de tantos que carecem do necessário para viver com dignidade, com humanidade! Hoje.

...Aqueça este inverno! Ele chegou com tudo!!!...