logo RCN

Cresce a taxa de sobrevivência das micro e pequenas empresas

Pesquisa do Sebrae 'Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas' mostra que os empreendedores têm buscado mais conhecimento e informação para tocar os negócios

 

 

As micro e pequenas empresas estão sobrevivendo mais. Segundo a mais nova pesquisa do SEBRAE sobre o tema, 78% dos empreendimentos abertos no período de 2003 a 2005 permaneceram no mercado. O resultado é considerado positivo, quando comparado com o obtido em pesquisa anterior, em que esse índice foi de 50,6%, para empresas abertas entre 2000 e 2002.

Em Santa Catarina, a taxa de sobrevivência das micro e pequenas empresas também cresceu. Entre 2003 e 2005, 76% dos empreendimentos abertos permaneceram no mercado, contra apenas 20% no início da década de 90. Na opinião do gerente de Comunicação e Mercado do SEBRAE/SC, Spyros Diamantaras a disponibilidade de informações sobre abertura de empresas e um empreendedor mais preparado são os principais fatores que contribuíram para esse resultado positivo.

Os dados fazem parte do estudo 'Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas', encomendado pelo Sebrae a Vox Populi e no fim de agosto em Brasília. O levantamento faz uma análise de vários aspectos em 14.181 empresas ativas e extintas de todo o País nos anos de 2003 a 2005. 

Para rastrear essas empresas, foram consultadas as bases de dados cadastrais de várias fontes, como a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Cadastro Central de Empresas do IBGE (Cempre), Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), Secretaria da Receita Federal, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e Juntas Comerciais estaduais.

A pesquisa traça o perfil do empreendedor de micro e pequena empresa e também traz um dado inédito, que não havia sido abordado na pesquisa anterior. Trata-se do levantamento do tempo que o empresário leva para fechar legalmente sua empresa.

O gerente do SEBRAE/SC destaca que o empreendedor de pequeno negócio ?tem boa escolaridade, busca o conhecimento e a informação para tocar sua empresa. Outro dado positivo é que a pequena empresa tem evoluído na contratação com carteira de trabalho assinada, confirmando a força empregadora dos negócios de pequeno porte", ressalta.

Segundo a pesquisa, no período de 2003 a 2005, houve um aumento crescente no número de empregados com carteira assinada entre as empresas ativas. Em 2003 e 2004, esse número se manteve estável, com 64%. Em 2005, o número de brasileiros com carteira assinada saltou para 85%.

 

Fatores condicionantes

 

Na pesquisa recente foi constatada uma elevação no grau de escolaridade dos proprietários das empresas ativas. Nesse período, se comparado com o da pesquisa anterior, de 2000/2002, diminuiu o número de empresários com até a 4ª série do ensino fundamental ? 2% na pesquisa atual e 3% na pesquisa anterior. Houve também um aumento de empresários com 8ª série incompleta, 8% contra os 7% constatados na pesquisa anterior.

Os empresários com curso superior incompleto correspondiam ao percentual de 46% na pesquisa anterior; na atual representam 49%. Os empresários com superior completo passaram de 29%, na pesquisa anterior, para 30%, na atual.

A pesquisa também analisou o percentual de empresários que, entre os anos de 2003 a 2005, buscaram assessoria para ter auxílio no gerenciamento da empresa. Em 2003, 53% das empresas ativas e 52% das empresas extintas responderam que sim a esse item. Em 2004, houve um aumentou no número de empresas ativas que procuraram orientação, foram 55%. Essa mesma porcentagem se manteve em 2005. Com relação às empresas extintas, em 2004, 46% buscaram auxílio e em 2005 esse número cresceu para 56%.

Aos empresários que procuraram ajuda, foi oferecida uma questão de múltipla escolha, com dez alternativas, para que eles listassem os lugares em que buscaram auxílio. A resposta 'contador' ficou em primeiro lugar entre as empresas ativas durante os três anos consecutivos, com taxa de 42%. As empresas extintas também elegeram o contador como a sua principal fonte de consultoria, variando as taxas entre 35% e 45% durante os três anos pesquisados.

O SEBRAE foi o segundo mais votado tanto pelas empresas ativas, com 17% em 2005, quanto pelas extintas, com 19%. Esses percentuais cresceram expressivamente com relação à pesquisa anterior (2000/2002), quando foi constatado que, nas empresas ativas, a procura pelo Sebrae era de 4% e nas extintas 3%.

Medidas de apoio

Os proprietários das empresas ativas e extintas em 2005 foram questionados sobre quais as medidas de políticas de apoio às micro e pequenas empresas são mais importantes. Eles podiam marcar múltiplas respostas. Em primeiro lugar, ficou o tratamento diferenciado tributário com 68% (empresas ativas) e 71% (empresas extintas).

Em segundo lugar ficou a questão do crédito preferencial (juros e prazos) com 63% para empresas ativas e 58% para empresas extintas. E em terceiro veio o treinamento de pessoal, com 39% e 35%, respectivamente para empresas ativas e empresas extintas. Também foram citadas outras medidas com menores percentuais, como desburocratização do registro e da baixa de empresa, disponibilização de informações de mercado, programa de cooperativismo, acesso a compras governamentais e programa para facilitar as exportações.

De acordo com a pesquisa, é possível avaliar as principais causas da mortalidade precoce das empresas. Na opinião desses empresários, entre 2003 e 2005, a falta de clientes foi o fator que mais contribuiu para o crescente fracasso dos negócios. As respostas variaram entre 23% a 29% nos três anos pesquisados. Em seguida apareceu carga tributária/encargos/impostos, com 43% de citações nos três anos pesquisados. Parte dessa reivindicação é atendida desde o dia 2 de julho, quando passou a vigorar o Simples Nacional, um dos dispositivos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O novo tributo substitui o Simples Federal e unifica o pagamento de oito impostos, sendo seis federais, um estadual e um municipal. (Agência Sebrae de Notícias e Sebrae em Santa Catarina).

 

Anterior

Assembléia Geral Ordinária do Cisam

Próximo

O avanço da ciência e tecnologia

Deixe seu comentário