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Cem anos em Sobral
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- Mario Eugenio Saturno
Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.
Albert Einstein teve uma carreira irregular como estudante e como físico. Em 1905, chamado o ano do milagre, Einstein escreveu quatro artigos que mudaram o mundo. No primeiro artigo, ele propôs a existência do fóton (de luz) e explicou os fenômenos fotoelétricos, sem muito impacto, já que contradizia a teoria ondulatória da luz que fora proposta nas equações de Maxwell. No segundo artigo, ele utilizou o movimento browniano como evidência da existência dos átomos e calculou o tamanho dos átomos. No terceiro artigo, ele introduziu a relatividade restrita, com a famosa equação E = mc2, ou seja, um pouquinho de matéria poderia gerar uma quantidade enorme de energia. Indo ao trabalho de ônibus -era um funcionário do Instituto das Patentes-, em Berna, olhando para o relógio da praça, Einstein imaginou estar viajando à velocidade da Luz e viu o relógio parar, criara o conceito do Espaço-Tempo, o tema do quarto artigo.
Depois, Einstein quis transformar a Teoria Especial da Relatividade em Teoria Geral da Relatividade, em que explicasse não só o tempo, mas também a gravidade. Então, Einstein, ao ver uns pintores em prédio vizinho, imaginou o que aconteceria se um caísse, ele não sentiria a força da gravidade, o espaço-tempo era deformado pela massa e o espaço é quem empurrava os corpos.
Somente em 1911, Einstein conseguiu um emprego de professor na Universidade de Zurich. Mas ainda teria que provar que o espaço é deformado pela massa. Ele imaginou que o sol teria massa suficiente para desviar a luz, e pediu, em 1912, para que os astrônomos observassem as estrelas durante o eclipse solar, já que o sol ofusca as estrelas próximas.
Em 1914, Campbell e Frohelich foram à Rússia para observar o eclipse do sol. A guerra começou, o alemão Frohelich foi preso e o norte-americano Campbell observou um céu nublado. Na verdade, providencial, pois Einstein errara suas equações.
Em 1916, Einstein publicou um artigo com as equações corretas. O britânico Arthur Stanley Eddington viu as teorias de Einstein e quis participar. No eclipse de 1918, somente Campbell conseguiu observar. Porém, as fotos não ficaram boas.
Eddington nasceu em 28 de dezembro de 1882 em Kendal na Inglaterra. Tinha grande talento para a Matemática e ganhou muitos prêmios. Em 1905, começou a trabalhar no Observatório de Greenwich, em um projeto de pesquisa que usava placas fotográficas para rastrear o asteroide 433 Eros. Sua tarefa foi determinar precisamente o valor da paralaxe solar, técnica para medir distância usando a teoria dos triângulos. Essa experiência era o que faltava para produzir as provas.
Em 1919, haveria um eclipse solar total em 29 de maio. Eddington organizou duas equipes, ele partiu para São Tomé e Príncipe e enviou o astrônomo britânico Andrew Crommelin para a cidade de Sobral, no Brasil.
Durante o eclipse, Eddington tirou diversas fotografias, mas as condições meteorológicas não foram boas. Porém, em Sobral, as fotografias do eclipse ficaram excelentes, provando definitivamente o desvio que a massa provoca no espaço.
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