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Superficialidade e extrema direita
Há um tempo atrás um amigo me disse que muitas pessoas defendem que o governo precisa investir apenas em ensino técnico, deixando de lado a formação na área de ciências humanas ou ensino superior.
Nos últimos meses tenho ficado mais tempo em algumas cidades da região meio oeste catarinense, e tenho observado a cultura predominante. Me deparei com muitas pessoas adeptas às ideias políticas da extrema direita, defendendo o uso das armas, e justificando atos violentos, paralelo a isso também defendem “Deus” e a “família”. Como sou professor universitário da área das ciências humanas também ouvi muitas falas que desprezam essa área do conhecimento. Por que será?
Uma das características da área de ciências humanas (Filosofia, História, Sociologia, Geografia...) é a profundidade de análise da sociedade. Para ser um bom profissional dessa área é preciso muita leitura, muita pesquisa, muito aprofundamento das ideias. Um bom historiador jamais se contenta com um vídeo do YouTube sobre determinado assunto, ele vai atrás das fontes, de livros, pesquisadores da área.
Paralelo a isso, adeptos da extrema direita no campo da política e da moral consomem de forma obsessiva vídeos, redes sociais e mensagens compartilhadas em seus grupos de aplicativos de conversa. Toda vez que alguém os confronta com alguma reflexão mais profunda do que os vídeos que consomem, são rotulados como “esquerdistas”.
Quando nos deparamos com adeptos da extrema direita falando sobre “comunismo” é possível perceber de imediato que não compreendem profundamente o conceito de comunismo e nem sabem diferenciar socialismo de comunismo. Ao afirmarem que a Rede Globo e João Dória (ex prefeito de São Paulo) são comunistas, comprovam sua superficialidade no desconhecimento sobre o assunto.
Adeptos da extrema direita odeiam a ciência e os livros, porque a pesquisa e a profundidade intelectual desmascaram as crenças fascistas, libertam as pessoas da alienação. Uma matéria intitulada “Nazismo” no site do Uol (1), apresenta uma foto onde jovens adeptos ao nazismo queimam 20 mil livros no ano de 1933 na Alemanha.
Defendo que as ciências humanas devem se tornar cada vez mais presente na sociedade e nas escolas para que contribuam no combate a ideias extremistas na sociedade. O Estado de Santa Catarina e a região sul do país devem ficar alertas pois possuem grande incidência de grupos neonazistas.
(1) Link da matéria: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/nazismo-1.htm
Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS
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