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Sobre a criação no Gênesis
Mario Eugenio Saturno
Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
Eu era ateu quando li o Gênesis, mas avi ali o Big Bang, vi a Evolução, o surgimento da linguagem e da civilização, e isso tudo era uma alegoria genial que estava baseada no conhecimento científico atual. Tinha um pouco menos que 20 anos e fiquei empolgado, até chegar no Levítico, quando parei... Então um amigo sugeriu ler o Novo Testamento.
No início do Gênesis encontramos duas narrativas sobre a criação, sugerindo que tiveram origens diferentes e que foram juntadas no primeiro livro da Bíblia. Há quem discorde, uns poucos. Nenhuma das duas narrativas pretende ser um relato científico das origens do mundo e do homem, obviamente, o narrador não foi testemunha e sua preocupação é responder a questões levantadas pelo povo do seu tempo, que não tinha conhecimento e em uma língua pobre. Aliás, essas histórias estão presentes em muitas culturas de povos humanos por todo o planeta.
A primeira narrativa da criação (Gn 1,1-2,4a), designada como de fonte Sacerdotal, nasceu durante o exílio na Babilônia (586-538 a.C.) e é obra de sacerdotes. Os judeus corriam o risco de perder a própria identidade, cultura e religião, e assimilar o ambiente estrangeiro. A escritura tem a forma de um grande poema, não deve ser usado para comparar com as modernas concepções sobre a origem do universo. O homem é o ponto alto da criação.
A segunda narrativa (Gn 2,4b-3,24), que não deve ser chamada da criação, pertence à fonte Javista e retrata a criação do homem, que se completa com a criação da mulher, do primeiro casal, o paraíso perdido, da queda e do castigo.
Embora encontremos referências nas Escrituras que as considerem histórias verdadeiras, como em Êxodo (20,9-11; 31,17), Salmos (8 e 104, 5-9), S. Mateus (19,4-6); II S. Pedro (3,5), Hebreus (4,4), foi o Papa Pio XII que, em 1950, escreveu a Encíclica Humani Generis, contra os existencialistas e evolucionistas comunistas, que disse: §36: o magistério da Igreja não proíbe ... da doutrina do evolucionismo... §38. ...Os onze primeiros capítulos do Gênesis pertencem ao gênero histórico em sentido verdadeiro... §39. Todavia, o que se inseriu na Sagrada Escritura tirado das narrações populares, de modo algum deve comparar-se com as mitologias e outras narrações de tal gênero.
Em 1973, minha tia Lúcia levou-me ao Planetário do Ibirapuera, foi uma das experiências mais fascinantes de minha vida. Logo na entrada tinha um modelo das três hipóteses da criação do universo, a de um tal Lemaitre, chamada Ovo Cósmico, a de Fred Hoyle que propôs a Teoria do Estado Constante, afirmando que o universo não teve um começo e não lembro da terceira.
A teoria de Lemaitre foi apelidada de Big Bang (grande explosão) pelos adversários, mas que foi comprovada pelo ruído de fundo. Somente décadas depois descobri que Lemaitre era padre católico e que ganhou um Nobel por essa teoria. Curiosamente, a Teoria da Evolução ganhou corpo no final dos anos 1950, combinando seleção natural, isolamento, hereditariedade mendeliana e teoria matemática, chamada Síntese Neodarwiniana. Mendel costuma ser referido nas escolas como o frade católico das ervilhas.
Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.
Sobre a criação no Gênesis
Eu era ateu quando li o Gênesis, mas avi ali o Big Bang, vi a Evolução, o surgimento da linguagem e da civilização, e isso tudo era uma alegoria genial que estava baseada no conhecimento científico atual. Tinha um pouco menos que 20 anos e fiquei empolgado, até chegar no Levítico, quando parei... Então um amigo sugeriu ler o Novo Testamento.
No início do Gênesis encontramos duas narrativas sobre a criação, sugerindo que tiveram origens diferentes e que foram juntadas no primeiro livro da Bíblia. Há quem discorde, uns poucos. Nenhuma das duas narrativas pretende ser um relato científico das origens do mundo e do homem, obviamente, o narrador não foi testemunha e sua preocupação é responder a questões levantadas pelo povo do seu tempo, que não tinha conhecimento e em uma língua pobre. Aliás, essas histórias estão presentes em muitas culturas de povos humanos por todo o planeta.
A primeira narrativa da criação (Gn 1,1-2,4a), designada como de fonte Sacerdotal, nasceu durante o exílio na Babilônia (586-538 a.C.) e é obra de sacerdotes. Os judeus corriam o risco de perder a própria identidade, cultura e religião, e assimilar o ambiente estrangeiro. A escritura tem a forma de um grande poema, não deve ser usado para comparar com as modernas concepções sobre a origem do universo. O homem é o ponto alto da criação.
A segunda narrativa (Gn 2,4b-3,24), que não deve ser chamada da criação, pertence à fonte Javista e retrata a criação do homem, que se completa com a criação da mulher, do primeiro casal, o paraíso perdido, da queda e do castigo.
Embora encontremos referências nas Escrituras que as considerem histórias verdadeiras, como em Êxodo (20,9-11; 31,17), Salmos (8 e 104, 5-9), S. Mateus (19,4-6); II S. Pedro (3,5), Hebreus (4,4), foi o Papa Pio XII que, em 1950, escreveu a Encíclica Humani Generis, contra os existencialistas e evolucionistas comunistas, que disse: §36: o magistério da Igreja não proíbe ... da doutrina do evolucionismo... §38. ...Os onze primeiros capítulos do Gênesis pertencem ao gênero histórico em sentido verdadeiro... §39. Todavia, o que se inseriu na Sagrada Escritura tirado das narrações populares, de modo algum deve comparar-se com as mitologias e outras narrações de tal gênero.
Em 1973, minha tia Lúcia levou-me ao Planetário do Ibirapuera, foi uma das experiências mais fascinantes de minha vida. Logo na entrada tinha um modelo das três hipóteses da criação do universo, a de um tal Lemaitre, chamada Ovo Cósmico, a de Fred Hoyle que propôs a Teoria do Estado Constante, afirmando que o universo não teve um começo e não lembro da terceira.
A teoria de Lemaitre foi apelidada de Big Bang (grande explosão) pelos adversários, mas que foi comprovada pelo ruído de fundo. Somente décadas depois descobri que Lemaitre era padre católico e que ganhou um Nobel por essa teoria. Curiosamente, a Teoria da Evolução ganhou corpo no final dos anos 1950, combinando seleção natural, isolamento, hereditariedade mendeliana e teoria matemática, chamada Síntese Neodarwiniana. Mendel costuma ser referido nas escolas como o frade católico das ervilhas.
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