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Religião e poder na política brasileira Por: Prof. Evandro Ricardo Guindani

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

 

Historicamente é possível perceber que o nome de “Deus” foi muito usado para legitimar as ações de governantes. Na idade média os reis eram considerados ungidos por Deus e isso lhes dava carta branca para agir. O povo se submetia às maiores atrocidades e injustiças cometidas pelo rei pelo fato de entender que tudo era vontade de Deus.

Pobres camponeses pagavam seus impostos, aceitavam a condição de miséria e desigualdade social sempre achando que Deus os compensaria numa vida pós morte.

Atualmente tem acontecido processo semelhante em alguns países, dentre eles EUA e Brasil. Líderes fazem uso da fé do povo, de citações bíblicas, para esconderem seus interesses pessoais pelo poder. Vendem uma imagem ao povo de que estão fazendo a vontade de Deus. Fazem questão de dizer que religião e política não devem ficar separadas, justamente pelo fato de que precisam dessa aliança para retomarem o poder perdido na última eleição.

Para isso contam com lideranças de igrejas que fazem um discurso que vincula a fé do povo às bandeiras políticas e ideológicas deste grupo. Como tem conhecimento da Bíblia, buscam relacionar o político com personagens bíblicos, fazendo comparações absurdas e desconexas de situações do passado com fatos atuais.

Assim como na idade média, os reis se consideravam porta vozes do bem contra o mal, na política brasileira, esse grupo político também faz uso da mesma estratégia se considerando defensor do bem, da família, dos bons costumes. Os líderes religiosos constroem então uma equação “lógica” no campo da fé para seus fiéis acreditarem e então darem seu voto e apoio. É essa equação que pode levar milhares de pessoas a manifestarem apoio e paixão por lideranças políticas.

O líder religioso consegue por meio da retórica da fé, transferir o mesmo sentimento que o fiel tem em relação a Deus, para determinado político. Por isso que num evento político você tem o mesmo tipo de discurso promovido dentro de uma igreja, onde se ataca o mal (demônio) personificado em figuras políticas ou do poder judiciário.

A ideia de “Deus” no mundo, está associada ao Bem, enquanto que o “Demônio” está associado ao Mal. Políticos usam essa estratégia religiosa para se aproveitarem dessa associação que já está assentada na mente do cristão.

Como evitar que as pessoas se tornem vítimas dessas lideranças políticas e religiosas? Penso que um dos papéis está com a educação, principalmente por meio do ensino da filosofia, história e ensino religioso. É preciso dar aos adolescentes, ferramentas do pensamento crítico, para que entendam as manobras alienantes de lideranças políticas e religiosas.

Prof. Evandro Ricardo Guindani

Universidade Federal do Pampa - Unipampa

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