SECRETARIA DE OBRAS REALIZA MELHORIAS EM TRECHO ÍNGREME DE ESTRADA RURAL DE LACERDÓPOLIS |
Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno/ ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
No último 4 de junho, faleceu uma de minhas heroínas mais admiradas, embora menos conhecida, Niède Guidon, de quem tomei conhecimento no final da década de 1970, por suas descobertas que revolucionariam a história da ocupação das Américas. Uns anos atrás, assistindo um documentário a respeito desse assunto, diversos pesquisadores norte-americanos foram apresentados como se autores fossem da tese, lamentável!
Niède nasceu em 12 de março de 1933, na cidade de Jaú (SP). Curiosamente, morreu em São Raimundo Nonato, Piauí, na região que devotou sua vida. Ela estudou em uma escola pública, onde aprendeu a falar francês, inglês e espanhol! Depois, formou-se em História Natural pela Universidade de São Paulo (USP), em 1959.
Passou no concurso para o magistério e foi indicada para Itápolis (SP). Mas, lá, os professores eram advogados e farmacêuticos, que criaram um movimento contra as professoras da USP. E o padre as taxou de comunistas... Então a Secretaria da Educação transferiu-a para o Museu Paulista da USP, que tinha as culturas indígenas e a arqueologia sem ninguém trabalhando.
Conseguiu uma bolsa e foi especializar-se em Arqueologia Pré- Histórica, com ênfase em arte rupestre, na Universidade de Sorbonne em Paris (1961–1962). De volta ao Brasil, foi contratada pelo Museu do Ipiranga, em São Paulo.
Em 1963, o prefeito de Petrolina (Pernambuco) mostrou-lhe fotos de esboços curiosos descobertos nas paredes de um abrigo da Capivara, foi uma revelação. Ela percebeu que eram pinturas antigas. Porém, aconteceu o golpe militar e ela foi perseguida, refugiou-se na França. Então, fez seu doutorado.
Em 1973, ela conseguiu ir para a Serra da Capivara finalmente, após receber uma verba do Centro Nacional da Pesquisa Científica (equivalente ao CNPq brasileiro), e firmar uma parceria com a Universidade de São Paulo. Ficou três meses, visitando 58 sítios que eram conhecidos pela população local.
Então, em 1978, o Ministério das Relações Exteriores da França financiou uma missão arqueológica franco-brasileira no Piau, descobrindo novos sítios. Hoje, já tem mais de 1600 sítios. E suas descobertas foram de vestígios das pinturas a esqueletos que têm características morfológicas de povos africanos e aborígenes e não asiáticos, diferentes, portanto, das de povos asiáticos, que teriam atravessado o estreito de Bering há 13 mil anos.
A consagração começou em junho de 1986, quando a revista Nature publicou suas descobertas: A visão de que o homem não chegou ao continente americano antes da última glaciação como tem sido sustentada pelos sítios arqueológicos. No entanto, relatamos agora datas de radiocarbono de um sítio brasileiro que comprovam que o homem primitivo já vivia na América do Sul há pelo menos 32.000 anos. Essas novas descobertas vêm do grande abrigo rochoso pintado do Boqueirão do Sítio da Pedra Furada, cujas paredes e teto são decorados com um rico conjunto de pinturas pré-históricas.
Em suma, foi um exemplo de alguém que amou e protegeu nosso patrimônio histórico, algo pouco valorizado por muitos radicais atualmente.
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