Professor Me. Ciro José Toaldo

Quando usamos o termo “contraditório”, muitos aspectos poderiam ser lembrados de nossa História, seja de nossos três períodos: Colonial, Imperial ou Republicano. Entre inúmeros, cito o relacionado com D. Pedro II ao implantar o Parlamentarismo Monárquico em 1847, tendo referencial inglês, sendo ao contrário, pois o imperador não se submeteu ao parlamento, mas, mandava nos 4 poderes, onde a Constituição de 1824 criou o quarto poder, chamado de Moderador.

Estamos no século XXI, onde se passaram 178 anos, desde a implantação do parlamentarismo ao contrário da Inglaterra e, mesmo tendo a tônica da defesa da democracia e liberdade de expressão para se ter a essência do viver, estes grandes valores para viver em sociedade, no Brasil não temos essas virtudes importantíssimas, como são para muitos países desenvolvimentos. Nesta Terra de ‘Marionetes’ elas são literalmente às avessas.

Assim sendo, se vive o momento onde o certo tornou-se errado; o honesto vai à prisão, enquanto o pilantra e ladrão vive ‘solto’ e dando rizada de todos (Sérgio Cabral que nos diga). Quem diz mentiras, passa a ser visto como verdadeiro, pois tendo o poder, tudo consegue, pois a justiça que virou injustiça, acaba condecorando o corrupto. E, neste país do contrário, o analfabeto que recebe título de 'Honoris Causa', mesmo sendo ladrão tem privilégios, inclusive para ser presidente de uma república federativa que comanda toda uma união (este que deveria representar o governo central, com responsabilidade em âmbito nacional, como defesa, relações exteriores e política econômica), pergunto: este está sendo um bom representante?

Entre que responderá sim ou não, no Brasil do contraditório quantas indagações surgem e são revoltantes: até quando o trabalhador pagará para o desocupado receber tudo gratuitamente? Qual a utilidade da democracia num país onde os poderes não são respeitados? Na verdade, quem nos representa quando vota para o povo ter um benefício, amarga o desgosto de ver derrubada essa conquista por parte do poder que 'serve de capacho' ao governo federal! Será que ainda há sentido para votar em alguém? Por que há tanta gente apática achando que tudo isso é balela? Qual a razão de termos uma educação tão medíocre como a atual? Qual deveria ser o verdadeiro papel da mídia? Por que os grandes ladrões e chefes de quadrilhas ganham liberdade e fama, enquanto os honestos além de presos são difamados? Por que tanta inversão de valores?

Enfim, vive-se no país do contrário e, caso não haja cuidado com as palavras, haverá punição! Toda essa dimensão, leva a entender a ocorrência de um fenômeno institucionalizado no país: o ‘sistema ditatorial’! É profundamente lamentável ter essa conclusão! Quem entende o que é uma ditadura, sabe de suas perversas e amargas ações! Precisamos de liberdade para defesa de nossos posicionamentos, não é defender ninguém, pois, como bem escreveu a Revista Oeste: “O Brasil não precisa de heróis de toga nem de salvadores da pátria. Precisa, com urgência, de lideranças com responsabilidade, moderação, abertos ao diálogo e com um patriotismo verdadeiro, que começa por não entregar a própria nação à fogueira da vaidade institucional."

Minha gente, abram os olhos e tenham coragem em se mobilizar. No país das gigantescas contradições, somente o povo ordeiro, com o verdadeiro sentido patriótico, sem baderna e com vontade de se expressar, poderá mostrar a sua indignação e real força. A pior opção neste momento é a apatia, cruzar os braços, dizer que nada irá me atingir ou simplesmente apostar que essa é mera briga entre A ou B. O crucial neste momento é salvar a plena democracia e ter-se a garantia de nossa liberdade de expressão.

Pense nisso e até o próximo!   

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