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Quando nascemos, somos inseridos em um universo de crenças fabricadas que nos são impostas pelos adultos. Um desses universos é a religião. É incrível como as crianças são levadas a acreditar em algo que foi construído pelos adultos e pelas instituições.
Cada igreja possui seu sistema de imposição de crenças e faz uso da família para isso também. Os pais, adeptos a determinada religião, acabam fechando o cerco com os filhos que não tem opção de pensar diferente. Entram na rotina da família, da igreja, e de maneira automática aderem a um sistema de crenças, frequentando catequese ou escolinha bíblica.
Um universo maravilhoso e encantador que é o mistério da existência humana, que poderia fazer a criança refletir e viajar na sua imaginação, vai sendo substituído por “verdades” fabricadas pela religião.
Cada religião, dentro de sua doutrina possui respostas prontas para todas as dúvidas, e com isso, acaba matando o desejo pelo conhecimento, e as vezes construindo mentes fundamentalistas e fechadas.
Certo dia me deparei com um jovem de 18 anos que disse não querer fazer nenhum curso superior porque na igreja ele já tinha descoberto “a verdade” sobre o mundo e isso já lhe bastava. Ele não queria que a universidade atrapalhasse sua vida. Olha só o mal que uma religião pode fazer com um jovem.
Sempre procuro neste espaço compartilhar conhecimentos científicos que possam contribuir com sua reflexão. E por isso hoje falarei um pouco sobre algumas verdades fabricadas pelo cristianismo por meio do livro sagrado (Bíblia).
Em um curso sobre História da Bíblia, a doutora em História, Juliana Cavancanti, explica sobre os textos que foram selecionados para compor a Bíblia. Existia um evangelho chamado Evangelho de Tomé, o qual não foi inserido e que continha alguns trechos que contrariavam as ideias dos outros evangelhos. O primeiro fato era relativo a escolha dos apóstolos por Jesus. Neste evangelho, Jesus teria escolhido mulheres para serem suas apóstolas. Como a Bíblia foi traduzida, editada e construída por homens e pelos “santos padres da Igreja”, logicamente que as mulheres não seriam bem-vindas. Outro trecho é que depois da morte, Jesus não teria ressuscitado, apenas morreu e acabou tudo. Este evangelho de Tomé foi tido como um texto apócrifo, ou seja, um texto que não era inspirado por “Deus”, não era verdadeiro. E por isso não foi inserido na Bíblia.
Vejam então como as verdades propagadas pela religião cristã, que se fundamenta na Bíblia, foram construídas e fabricadas a partir de interesses e de visões de mundo da época.
Por isso, antes de acreditar em algo, você precisa buscar compreender como essas crenças e verdades foram construídas e fabricadas. E ao saber de todo o processo, a escolha é sua em continuar acreditando ou não!
Prof. Evandro Guindani. Graduado em Filosofia. Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação.
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
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