Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Isagogicamente, a Teologia da Libertação consiste em movimento teológico cristão que surgiu na América Latina na segunda metade do século XX, ganhando notoriedade a partir da década de 1960. Seu desenvolvimento foi impulsionado pelo contexto social e político da época, marcado por profundas desigualdades econômicas, pobreza extrema e regimes autoritários em vários países da região. O movimento propõe uma interpretação da fé cristã a partir da perspectiva dos pobres e oprimidos, enfatizando a justiça social e a transformação das estruturas que perpetuam a marginalização.
Destarte, o precípuo marco teórico da Teologia da Libertação foi a Conferência de Medellín, realizada em 1968 na Colômbia, onde bispos latino-americanos discutiram a necessidade de uma Igreja mais engajada nas questões sociais. Nesse contexto, teólogos como Gustavo Gutiérrez, Leonardo Boff e Jon Sobrino desempenharam um papel central na formulação e disseminação dessas ideias.
Ademais, em sua obra "Teologia da Libertação: Perspectivas" (1971), Gustavo Gutiérrez introduziu o conceito de uma teologia que parte da experiência dos pobres, defendendo a necessidade de uma "opção preferencial pelos pobres".
Por conseguinte, a abordagem da Teologia da Libertação se baseia na interpretação das Escrituras sob uma ótica social, identificando a luta contra a pobreza e a injustiça como um compromisso essencial do cristianismo. Para seus defensores, a mensagem evangélica deve ser aplicada na realidade concreta, promovendo mudanças estruturais e combatendo sistemas opressores. Dessa forma, a teologia se alinha a movimentos sociais e políticos que buscam maior equidade e dignidade para os mais vulneráveis.
Entretanto, a Teologia da Libertação enfrentou críticas e resistência tanto dentro quanto fora da Igreja Católica. Setores mais conservadores a acusaram de aproximação excessiva com ideologias marxistas, devido ao seu enfoque na luta de classes e na crítica ao capitalismo.
Em resposta, documentos do Vaticano, como a instrução "Libertatis Nuntius" (1984), alertaram contra possíveis desvios doutrinários, enfatizando a necessidade de manter a fé cristã desvinculada de ideologias políticas. Apesar disso, o movimento continuou a influenciar a Igreja, sendo reconhecido pelo Papa Francisco como uma abordagem legítima e necessária na luta pela justiça social.
Presentemente, a Teologia da Libertação permanece relevante, ainda que tenha se transformado ao longo das décadas. Novos temas, como o feminismo, o meio ambiente e os direitos das minorias, foram incorporados à reflexão teológica, ampliando seu alcance e impacto. S
Em epítome, sua contribuição para o pensamento cristão e para a ação pastoral continua sendo um ponto de referência para aqueles que buscam unir fé e compromisso com a justiça social.
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