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O TEMPO jornal de fato

Os males da crença fundamentalista

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

O ato de acreditar é um ato econômico, ele causa menos esforço intelectual, basta abrir os ouvidos e aceitar que é uma verdade. O ato de reflexão racional é trabalhoso, envolve esforço neurológico, o que causa cansaço, frustração. Por isso muitos aderem ao caminho da crença, mas isso pode ser perigoso.

Vocês já devem ter ouvido falar da Frente parlamentar evangélica no Congresso Nacional. Também já devem ter ouvido discursos de lideranças religiosas como Padre Paulo Ricardo e Pastor Silas Malafaia...

Diante dessa realidade estou chegando a algumas conclusões, e uma delas é que o primeiro passo para combater esse fundamentalismo político-religioso é iniciarmos uma batalha educacional (com base na filosofia, história e sociologia) que contribua para desconstruir a crença de que a Bíblia é uma verdade absoluta porque foi inspirada por (D)deus.

Penso ser essa crença a origem do processo de legitimação de ideias e algumas ações violentas contra homossexuais e as questões de gênero por exemplo.

Para os fundamentalistas e para os deputados da bancada acima citada, o relato bíblico do Gênesis – onde “(D)deus” cria o homem e a mulher - é um relato verdadeiro porque foi o próprio “(D)deus” que disse.

Sendo assim surge a legitimação da concepção de natureza humana binária (homem/mulher) onde o homossexual não está incluído.

O fundamentalista é aquele que confere um caráter absoluto ao seu ponto de vista, porque ele acredita que seu ponto de vista está ancorado em algo verdadeiro e acima de qualquer questionamento. Por isso o “(D)deus” judaico cristão é um “(D)deus” poderoso, infalível, onipresente e onisciente (tudo sabe).

O fundamentalista acredita que esse “(D)deus” que manda em toda  a terra, que nos governa, que decide quem vai para o céu e inferno, criou apenas o homem e a mulher.

Com base nisso, são justificadas ações violentas contra aqueles que não fazem parte da criação divina. Para eles (fundamentalistas) quem desobedece a lógica da criação divina deve ser expulso dessa terra como Adão e Eva foram expulsos do paraíso.

Assim a expulsão se dá por meio da violência e agressão aos homossexuais, no boicote às discussões de gênero nas escolas, no boicote às lutas feministas (porque na Bíblia a mulher é um apêndice do homem, foi tirada de sua costela)... E por aí vai....

Quer lutar por uma sociedade mais justa? Quer defender o respeito a tod@s as pessoas? Quer ser crist@o de verdade?

Entrando nessa luta, você vai contribuir para que as pessoas mergulhem na profundidade literária dos textos bíblicos que são repletos de elementos simbólicos.

Elementos que contribuem muito para nosso processo de autoconhecimento, para nos tornarmos pessoas melhores e não seres fundamentalistas.

Lute pela vida! Lute contra a ideia de que os textos considerados “sagrados” constituem uma verdade absoluta porque foram inspirados por “(D)deus”. Essa ideia é um dos grandes fundamentos legitimadores da violência e que unificam conservadores no campo religioso e político.

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