Professor Ciro José Toaldo
Nunca o ser humano esteve frente a tanta facilidade para usufruir das comodidades que a vida apresenta, ou seja, em todos os quesitos relacionados às tecnologias, tivemos gigantescas evoluções. Não há setor onde os recursos e a inovação humana tenha interferido no intuito de trazer melhorias. Citemos como exemplo, a medicina e, logo podemos indagar: por quais razões a expectativa de vida aumenta cada vez mais? Obviamente que essa é uma dimensão advinda dos avanços e interferências positivas neste fascinando campo relacionado à saúde humana!
Muitos outros exemplos poderiam ser destacados, entretanto, todas as inovações presenciadas deveriam receber um questionamento importantíssimo: de que vale tanto desenvolvimento ao bem estar da humanidade, ainda assim estes benefícios não chegam a todos? É compreensível que nas circunstancias ligadas a determinadas condições, somente as criaturas com condições financeiras podem usufruir destas comodidades, como um bom plano de saúde; uma rodovia com pedágio; uma escola particular com referência ou uma academia com todos os equipamentos para o bem-estar do corpo que se relacionam a ‘regalias’ com custos que promovem qualidade de vida!
Entretanto, o título deste artigo de opinião não se reporta de comodidades e facilidades vinculadas a determinado padrão social, todavia, como o ser humano comporta-se frente à dinâmica de sua vida em sociedade, aonde todos precisam ser inseridos! Lembrando que a humanidade pagou caro por tentar viver em ‘apartheid social’. Como desejar, por exemplo, que uma rodovia pública seja para uso exclusivo de uma pessoa? Rodovia, trânsito, saúde, escola, academia, dentro outros quesitos são exemplos que podem ser vinculados ao dinheiro, luxo e ostentação, depende do bolso de cada um, antes, porém, não esqueçamos haverá da convivência coletiva e da plena vida em sociedade! Deste princípio ninguém escapa!
Colocar a individualidade acima da coletividade, além de absurdo, torna o humano uma criatura imbecilizada e antiquada que ao longo do tempo acaba definhando. Somos seres sociais e dependeremos sempre das demais criaturas! O egoísta leva a se acreditar em mega poderes que poderiam tornar o humano em um todo poderoso! Na verdade somos seres frágeis e, dependendo podemos até ser transformados em horríveis criaturas, grotescas e com tremenda falta de educação, transformando a vida de muitos em verdadeiros pesadelos!
Deste péssimo modelo poderíamos elencar outras dificuldades relacionadas ao descaso para com a convivência social, pois afeta quem convive em sociedade. A vida social é melindrosa e é tarefa complicada! E, atrelado a estes melindres, há os problemas de ordem pessoal permeado de desajustes psicológicos. Todavia, não há outro meio para o avanço humano que não seja aprender por meio da convivência social!
Essa é uma tarefa contínua, mesmo sendo árdua requer jogo de cintura de todas as partes e, com ou sem dinheiro, sempre deveremos primar para sermos seres sociais equilibrados! Nem retrato a dimensão da cidadania, uma vez que se trata de algo ainda mais profundo! A cada dia aumentam as dificuldades em relação à convivência social, fruto da mesquinhez humana, apegada aos bens materiais que levam ao esquecimento da essência da existência relacionada à simplicidade, tendo desapego e focada no âmago da alma. O grande escritor Fernando Pessoa escrevia: ‘tudo vale a pena quando a alma não é pequena’.
De fato, quando conseguimos adentrar em nossa pequenez passando a compreender como somos criaturas inferiores e, nossa alma (espírito) precisa se regenerar, entendendo a missão para qual fomos designados neste mundo. Somos passageiros e, semear o bem sem olhar a quem e, sem orgulho doentio de imaginar que nunca precisaremos de alguém, deveria ser um grande termômetro!
Pense nisto e até o próximo!
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