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Vale Samba fala da Amazônia no Ano do Planeta.
Carnaval
Joaçaba ? Pelos Caminhos dos Seringais a Vale Samba Percorrer a Amazônia: Preservar é preciso. Com esse enredo a escola pretende retomar a hegemonia do carnaval, reavendo o título de campeã, que há três anos consecutivos tem sido conquistado pela sua adversária direta, a escola Aliança.
O intérprete Zolá Duarte está retornando à Vale Samba, já que ele não esteve presente no último carnaval, após um período de quase dez anos ininterruptos como titular da equipe de puxadores. Com o retorno de Zolá, a escola aumenta o número de intérpretes, tendo em vista que o paulista Edson Liz e o Gaúcho Giovani foram mantidos na equipe. Outro que retorno à Vale Samba, para comandar a bateria da escola, é o mestre César Farias, que estava na escola Unidos do Herval, para onde foi depois de atuar na Vale Samba por quase 10 anos também. Mestre Rodrigo, por sua vez, deixou a escola e assumiu a bateria da Dragões do Grande Vale, a mais nova agremiação de Herval D´Oeste, que vai desfilar como convidada especial da Liga Independente das Escolas de Samba.
O Enredo da Vale Samba desse ano é sobre a Amazônia, e o carnavalesco da escola aproveita o motivo para destacar a preocupação com a ecologia, já que 2008 é considerado o ano do planeta. ?Várias escolas já falaram em seus enredos sobre a Amazônia, mas mesmo assim nós optamos por esse tema por ele ser muito importante, principalmente, em um ano em que todas as atenções estarão voltadas para essa região que é a menina dos olhos do mundo?, frisa o carnavalesco Jorge Zamoner.
A presidente da Vale Samba, Teclar Lerher, cujo mandato se encerra esse ano está otimista com relação ao desfile da escola e acredita, piamente, que a azul e branco fará um desfile vencedor. ?Nos estamos muito confiantes de que nossa escola, outra vez, vai fazer um grande espetáculo, e para isso trabalhamos muito, e com muito afinco. Hoje eu diria que, praticamente, cem por cento dos trabalhos já estão concluídos, tanto nas alas como nas alegorias, e agora passamos para a fase dos pequenos detalhes finais, e os de Avenida, depois, tanto nas fantasias como nas alegorias?.
A Vale Samba deve desfilar com, aproximadamente, 1.700 componentes, 7 alegorias, e contar, mais uma vez, com a participação de Alas de 9 Municípios da região, que já confirmaram presença no desfile. A confecção das Alas, que anteriormente eram feitas em 8 locais distintos, esse anos foi concentrada em apenas um, que fica no centro da cidade, praticamente ao lado da concentração da escola nos dias de desfiles, junto a quadra, onde a bateria faz os seus ensaios. Para Dona Olívia, ex- Porta-Bandeira da escola, e hoje responsável pelas fantasias da Ala das Baianas ?o local é uma maravilha. Estamos no centro, tudo é mais fácil, e todas as alas estando concentradas facilita mais as coisas?.
Dona Olívia, que desfila na escola desde a fundação, e por mais de vinte anos foi Porta-Bandeira, é uma das pioneiras dessa atividade na região, começando com a escola, ainda na década de 70. ?Eu não sabia praticamente nada sobre Porta-Bandeira, mas o Jorge, o nosso carnavalesco, insistiu muito e aí, a gente começou a olhar os desfiles das escolas do Rio, e eu fui aprendendo, e assim se passaram todos esses anos?, observa dona Olívia, que agora tem a missão de confeccionar as fantasias da Ala das Baianas, da qual ela própria é o destaque.
A coordenação das confecções das alas, com exceção da ala das baianas, estão sob a responsabilidade de experientes profissionais: Alexandre Oliveira, Nair Oliveira, Nelsi Pessoa e Selma Santos. Eles, após muitos anos colaborando com a escola, agora são contratados e têm a responsabilidade de deixar todas as fantasias em ordem até o dia do desfile. Alexandre Oliveira, e sua esposa, Nair, além de trabalharem na confecção das fantasias também desfilam e coordenam uma ala no desfile, que já é tradicional. A ala, inclusive, é uma das maiores da escola, com, aproximadamente, 100 pessoas, e tem uma função importante no desfile, já que ela é responsável pela cobertura da bateria na hora do recuo, um processo técnico de evolução na avenida que existe bastante experiência. ?A nossa Ala é formada por pessoas de mais de dez Municípios diferentes, que há anos vêm para Joaçaba desfilar. E nós, eu e a Nair, é que cuidamos de tudo, já que a maioria é de fora, e só vem mesmo para desfilar. Todo ano é um reencontro agradável, e alegre, e apesar do cansaço na segunda-feira todos estão dispostos novamente?, relata Alexandre.
Jorge Zamoner, fundador e carnavalesco da escola, desde a fundação, está otimista com as possibilidades da Vale Samba na disputa do título do próximo ano, porque, segundo ele ?a escola mais uma vez vai surpreender o público, a exemplo do que fez nesse último carnaval. Infelizmente, o resultado não nos foi favorável, mas todos que puderam acompanhar os desfiles sabem que a Vale Samba fez um grande espetáculo, digno do título. Porém, por questões que fogem da nossa compreensão, perdemos o carnaval, mas não perdemos a disposição de fazer outra apresentação melhor ainda. É claro que temos algumas limitações, e a financeira é uma delas, e por isso temos que nos adequar a algumas realidades, o que acaba transparecendo no produto final, mas nem por isso deixamos de ser criativos?, destaca o carnavalesco.
Com relação a julgamento das escolas, que para o próximo carnaval será de responsabilidade de uma comissão julgadora do Rido de Janeiro, coordenada por dois renomados profissionais, indicados pela LIESA, o carnavalesco da Vale Samba observa que ?a origem, o Rio de Janeiro, tem um peso importante, porque é lá que está a nata do carnaval brasileiro. Então, eu particularmente, sempre fui favorável que os jurados fossem de lá, até porque são de uma linha que nós temos mais intimidade, já que todas as escolas daqui têm ligações com o carnaval carioca. Então, a vida de jurados cariocas eu acho que só tem a valorizar mais o nosso carnaval, e eu até não entendia porque as demais escolas era contra essa opção, apenas pelo fato de um ou outro jurado não corresponder a expectativa. Imagina o seguinte: se nós fôssemos levar por essa linha de raciocínio, o que poderíamos dizer do último julgamento, onde a Aliança, obteve nota máxima em todos os quesitos, mesmo se percebendo, posteriormente, que a escola teve algumas falhas, passíveis de perdas de pontos. Então, quer dizer, dificilmente se terá um julgamento justo, sob o ponto de vista artístico, já que um dos critérios é a subjetividade, e um ou outro jurado, independente da questão técnica, vai dar vazão a sua preferência individual. Logo, se é assim, então é melhor ficarmos com a linha carioca que, no mínimo, poderá nos dar mais visibilidade, seja para melhor, seja para pior?, diz Zamoner.
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