Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno ) é Professor Assistente da Escola de Teologia para Leigos São José de Anchieta da Diocese de Caraguatatuba, Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
Em artigo anterior citei o livro "A Bíblia dos Pergaminhos do Mar Morto" (The Dead Sea Scrolls Bible) de Eugene Ulrich e outros pesquisadores que traduziram para o inglês e que utilizo como material de consulta.
Os Pergaminhos do Mar Morto incluem mais de 225 manuscritos "bíblicos", dos quais cerca de 215 foram encontrados em Qumran. Quase todos esses manuscritos estão fragmentados, com algumas exceções, como 1QIsaa e 11QPsa. Estão incluídas partes de todos os livros do Antigo Testamento judeu e protestante, com exceção de Ester e Neemias, e alguns livros das Bíblias Católicas foram encontrados em Qumran: Tobias, Ben Sira (também conhecido como Sirac ou Eclesiástico) e a Carta de Jeremias (conhecida como Baruc 6). Também se acredita que a comunidade de Qumran considerasse os livros de 1 Enoque e Jubileus como Escritura Sagrada.
Um pergaminho importante, a Carta Halákica de Qumran (4QMMT), sugere a organização das Escrituras: "E também escrevemos para vocês para que tenham discernimento no livro de Moisés e nos livros dos Profetas e em Dav[id]". É a mesma que Jesus utiliza, conforme vemos em Lucas (24,44): "que tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos deve ser cumprido".
O livro de Tobias foi ignorado por judeus, protestantes e evangélicos, especialmente por não ser original em hebraico, embora São Jerônimo tenha dito que utilizou uma cópia nesta língua para traduzir para latim. Afirmam ainda hoje que a Igreja só aceitou os deuterocanônicos no século XVI, o que não é verdade e ignoram que eles estavam na Septuaginta, o Antigo Testamento utilizado pelos primeiros cristãos, os apóstolos e discípulos. O Livro de Tobias foi confirmado como um livro canônico pelo Concílio de Roma (382). Os protestantes ainda criticavam a utilização das partes do peixe como se fosse magia, embora achem normal mirar a estátua de uma serpente para se curar de envenenamento.
Então, descobriram o livro de Tobias na Caverna 4 de Qumran, quatro rolos estão escritos em aramaico e um está em hebraico. Isso não prova qual seja a língua original, mas confirma relatos de que era popular na época de Jesus. Era consenso, antes das descobertas de Qumran, que Tobias estava datado entre os séculos I e III d.C., mas o manuscrito mais antigo, 4QTobitd, foi datado em 100 a.C., embora a história provavelmente tenha sido composta já no final do século III a.C.
"Eu, Tobit, andei nos caminhos da verdade e da justiça todos os dias da minha vida", assim começa a fascinante história de Tobit, um judeu do final do século VIII a.C., que viveu no exílio em Nínive, a capital da antiga Assíria. A história narra as adversidades de Tobit, que culminam em cegueira. Seu filho Tobias, com a ajuda de Azarias, o anjo Rafael disfarçado, embarca em uma aventura que proporciona a cura para a cegueira de seu pai, resgata uma donzela em apuros e que se torna sua esposa e estabelece sua fortuna. Ao longo da narrativa, o leitor aprende que alimentar os famintos, vestir os pobres e honrar o pai e a mãe são as chaves para a piedade.
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