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Trem da Vida
Cleudir de Lima
Há algum tempo, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada. Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros. QUANDO NASCEMOS, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: Nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível... Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem. Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.
Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio, outros encontrarão nessa viagem somente tristezas, ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar quem precisa.
Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante ele, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois terá alguém ocupando aquele lugar. Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... Porém, jamais, retornos.
Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando sempre, que em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se, quando descer desse trem, sentirei saudades... Acredito que sim; separar-me de alguns amigos que fiz nele será no mínimo dolorido; deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... E o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que perseguirem a viagem.
Os segundos, os minutos, as horas, vão-se sem ao menos dar-nos conta de que a vida é um relógio.
Hoje, nos damos conta de que é preciso viver muito mais. É preciso viver cada instante, sorrir a cada momento, fazer o que tiver vontade. Você sabia como viver.
Agradecemos a Deus todos os dias por termos tido você ao nosso lado durante 28 anos.
Saudades teremos sempre, mas com a lembrança de seu sorriso nos erguemos. Que Deus esteja com você, iluminando-o em seus novos caminhos.
Saudade eterna de você, Alemão, de seus familiares e laços de amizade. Nós o amamos muito.
Cleudir de Lima
* 22/11/78
+ 06/10/06
Estaria completando 29 anos de idade.
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