logo RCN

SEMANA SANTA

Frei Luizinho Marafon

A Semana Santa é o ponto central do ano litúrgico, que é a celebração do mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

DOMINGO DE RAMOS

O domingo de Ramos é a celebração da comemoração da entrada de Jesus em Jerusalém, com bênção dos ramos e procissão.  Jesus entra na cidade, é aclamado como rei. Apresenta-se como homem simples, humilde e pacífico. Ele salvará o povo com a doação de sua própria vida. Ele é o rei-messias que traz a verdadeira justiça e a paz. Em sinal de reconhecimento o povo o aclama com ramos nas mãos. Nós renovamos nossa disposição para assumir o projeto do Cristo libertador.

QUINTA FEIRA SANTA

Na quinta feira santa celebramos o mistério da instituição da Eucaristia. Jesus quis celebrar a Páscoa com seus discípulos. A Páscoa dos judeus fazia memória da libertação da escravidão do Egito. A novidade que Jesus traz na última ceia é um sentido novo para o pão e o vinho. Ele toma o pão e o vinho, e diz aos discípulos: "Isto é o meu corpo que será entregue por vós". Em seguida toma uma taça de vinho e diz: "Isto é o meu sangue, sangue da nova aliança, derramado por vós pra remissão dos pecados". Portanto a novidade que Jesus introduz na última ceia é que o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue e isto será para sempre. O que Jesus celebra de modo ritual na última ceia acontece na realidade sobre a cruz. Ou seja, Jesus derrama seu sangue por nós. Morre por nós.

Na última ceia Jesus surpreende com o gesto do lava-pés. O lava-pés é gesto de serviço, de doação amorosa ao próximo. No tempo de Jesus lavar os pés era tarefa dos servos. Só quem se dispõe a servir generosamente aos irmãos está em condições de participar da Eucaristia.

SEXTA-FEIRA SANTA

Na sexta feira santa a Igreja celebra o mistério da morte de Jesus na cruz. Jesus, no tribunal de Pilatos, recebe a sentença de morte. Sai, toma a cruz sobre os ombros e caminha pra o lugar da crucificação. O caminho foi muito difícil, muito sofrimento.

No calvário, faz o último despojamento de si mesmo: entrega suas vestes, entrega suas mãos para serem cravadas no madeiro, entrega sua mãe ao discípulo amado, e nele, à toda a humanidade, e num grande suspiro entrega ao Pai seu estpirito.No calvário ele consuma tudo. Cumpre a obediência ao Plano de Deus Pai. O dom maior que é a vida de Jesus é oferecido em favor de toda a humanidade.

SÁBADO SANTO

Dia de silêncio e de oração. Dia de contemplação e de espera da ressurreição do Senhor.

Vigília pascal

Santo Agostinho a chamava "a mãe de todas as vigílias".

Os elementos simbólicos mostram a riqueza da celebração: o fogo novo de onde deriva a luz do círio pascal. O círio aceso e a procissão dos fiéis ao seu redor indicam a presença de Cristo ressuscitado, iluminando e a comunidade. O canto festivo da Proclamação da Páscoa recorda a todo o povo as maravilhas da redenção realizada por Cristo. As leituras da liturgia da palavra nos dão um panorama da história da salvação, salientando o amor de Deus pela humanidade. A celebração prevê também o batismo de uma ou várias pessoas. Com o batismo inaugura-se a vida trazida por Cristo. Enfim, os cânticos festivos, os aleluias, as flores, cores e luzes em abundância, tudo indica que o clima é de alegria pela presença do Cristo ressuscitado entre nós.

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

Em (Mt 28,5-6) encontramos o fundamento da ressurreição: "O anjo disse às mulheres: não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito".

O mundo todo pode se alegrar. Cristo esta vivo. É a vitória da vida. É a vitória da luz sobre as trevas. Agora tudo tem sentido, o calvário, a cruz, as quedas... O calvário não poderia ser o fim, ele foi à passagem para a glória. Jesus está vivo e atuante em cada um de nós e na Igreja, todos os dias até o fim do mundo.

 

FELIZ PÁSCOA

 

Quando falamos da Páscoa, falamos de Jesus de Nazaré. O Filho de Deus nasceu num estábulo e nasceu de modo simples na pequena Nazaré. Aprendeu o ofício de carpinteiro. Foi criado por Maria e José, não teve vergonha de seus pais e nem de seu trabalho humilde. Cresceu no meio do Povo e tornou-se um homem do povo, morrendo pelo povo.

O segundo e mais importante ofício do Homem de Nazaré foi mapear a alma humana. Veio penetrar as raízes mais íntimas do ser humano. Jesus foi um excelente observador do comportamento humano. Observava cada gesto das pessoas. Compreendeu as dificuldades dos seres humano em lidar com as perdas, críticas, ansiedades, frustrações, solidão, culpas e fracassos.

Jesus detectou todos os defeitos dos humanos. Quando começou a falar, não condenou. Suas palavras sempre foram de doçura e brandura, ninguém jamais falou como ele. O perdão era comum em sua boca, ninguém entendia sua arte de perdoar. O amor era uma expressão no seu olhar e quanto mais as pessoas o conheciam, mais o admiravam. Jamais alguém nos amará mais do que Jesus de Nazaré. Ele compreendeu que o homem, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não consegue controlar o mundo dentro de si. Jesus veio resgatar a humanidade. Não considerou a humanidade um projeto falido, amou e valorizou cada ser humano na esperança de poder transformá-lo.

Este homem que chamamos Jesus de Nazaré foi preso, torturado e condenado à morte na cruz. Ninguém intercedeu por ele. Ele deu a vida porque quis salvar a humanidade do pecado. Ele é o cordeiro que se deixou imolar pra nos dar vida nova. Ele não tinha pecado para merecer a morte...

O túmulo vazio de Jesus, com seu sudário em um canto, evoca a Ressurreição, o Cristo ressuscitado, ausente do "local da morte", da escuridão do túmulo. Cristo é solidário conosco até o fim. Desce à mansão dos mortos, assume o destino do ser humano. Penetra o abismo da morte, para dele sair vitorioso e abrir um caminho de esperança para todos nós.

A Ressurreição de Jesus é a nossa ressurreição. A vida venceu a morte. A violência foi derrotada pelo amor. A Ressurreição de Jesus devolve a cada ser humano o sentido da vida e o prazer de viver.

 

Feliz Páscoa...

Ponta Grossa, 10 de abril de 2006.

Frei Luizinho Marafon

  

 

Anterior

Sintricajho promove Assembléia Geral

Próximo

Escola Sócio Ambiental de Piratuba

Deixe seu comentário