Curso de Publicidade e Propaganda realiza mais uma edição do Minha História com PP |
Procissão
Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes: Padroeira do Município de Ouro
Recordando: A História da Padroeira do Município de Ouro, Nossa Senhora dos Navegantes.
?Mas era um tempo bonito, que traz muita saudade...?
A designação Nossa Senhora dos Navegantes, originou-se no século XV, com a navegação dos europeus, especialmente dos portugueses.
Aqueles que viajavam, pediam proteção a Nossa Senhora, para retornarem salvos à pátria.
O simbolismo da mulher corajosa e orientadora dos viajantes fez com que Maria fosse vista como uma eterna vencedora dos inimigos das tempestades.
A estátua de Nossa Senhora dos Navegantes foi trazida pelos portugueses no século XVIII, em uma das viagens feitas de Portugal para o Brasil.
Respeitosamente um dia do ano foi dedicado a Nossa Senhora dos Navegantes: é 2 de fevereiro.
Em Ouro todos os anos é tradicional a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes que reúne milhares de devotos que acompanham a procissão fluvial pelo Rio do Peixe e posteriormente em Romaria pela Rua Felipe Schmidt até a Praça Pio XII, onde localiza-se o Capitel em sua homenagem, encerrando-se com a celebração de missa.
Mas poucos sabem como Nossa Senhora dos Navegantes ficou padroeira do Município.
Agora, após 79 anos, a história é revelada...
Nascida na cidade de Capinzal a Senhora Noemia Sartori reside em Ouro há 83 anos e é quem nos conta a história...
A santa surgiu com a promessa de um balseiro chamado Afonsinho da Silva que tinha o ?passo? da balsa localizada no Rio do Peixe logo abaixo a ponte Irineu Bornhausen, onde hoje se localiza a Garagem Municipal ligando-se com um ponto onde ainda existe um muro de pedra na margem esquerda do Rio do Peixe, na atual área de lazer em Capinzal.
Em uma tempestade o rio encheu e o balseiro tinha que atravessá-lo; ao longo do percurso encontrou uma árvore muito grande que iria de encontro ao bote em que estava, então se ajoelhou dentro deste e pediu a proteção de Nossa Senhora dos Navegantes para que o ajudasse. Assim ele pode escapar da árvore e salvar-se. ?Como ele era amigo de meu pai, que era comerciante fez a encomenda de uma imagem que simbolizasse a Santa?.
Esta primeira imagem ficou alojada na residência da família Sartori, de fronte onde hoje se localiza a Prefeitura Municipal, sendo que as primeiras missas utilizando-se a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes foram ali celebradas, inclusive com casamentos.
O padre que vinha para as celebrações era de Luzerna e ficava hospedado no mesmo local. Depois disso foi construída uma pequena capela nos altos do morro onde se localiza hoje a Escola Prefeito Silvio Santos e posteriormente outra no lugar em que se localiza hoje a residência de Olice Parizotto. Houve um tempo que foi utilizado um armazém aqui próximo da Prefeitura para abrigo da imagem da Santa, enquanto se reconstruía uma capela naquele local. Já naquele tempo se costumava portar a imagem da Santa em procissão através da balsa pelo Rio do Peixe. Assim o costume foi-se propagando através dos tempos com a realização, à maioria das vezes por água e terra, no dia 02 de fevereiro.
A festa é comemorada já há 79 anos. Naquele tempo a imagem era enfeitada com flores silvestres e realizada uma quermesse com diversas comidas para serem degustadas, como: galinha assadas, cucas, bolos e bolachas.
Pessoas da comunidade contam interessantes histórias sobre graças alcançadas e ainda outras bênçãos concedidas pela Padroeira
Contam algumas pessoas que certa vez estava à população a reclamar de longa estiagem, com os rios secando e a paisagem verde tornando-se marrom e foi sugerida a realização de uma procissão, pois sempre se acreditou que se deslocando a imagem de um lugar para o outro ocorreria o fenômeno natural da chuva. Havendo concorrida procissão pelas águas do Rio do Peixe, seguisse a mesma pela Felipe Schmidt até as proximidades dos canteiros centrais da rua Governador Jorge Lacerda, quando iniciou-se a missa utilizando-se como palco a plataforma de um caminhão.
Na ocasião, logo após o ofertório passou a chover intensamente fazendo com que o Sacerdote e a equipe litúrgica fossem socorridos com a proteção de guarda-chuvas. Mas a chuva foi tanta que a população, ou abrigou-se sob as marquises das casas comerciais, ou fugiu para casa. As calhas de chuva não davam conta de tanta água, inundando casas e lojas. A missa foi continuada em ritmo acelerado, ficando o sacerdote com as vestes inundadas.
Houve um tempo que a Procissão deixou de ser realizada, porém, a partir de 1983 passou a ser organizada pelas águas do Rio do Peixe, costume que permanece até hoje.
Dona Noemia Sartori.
Deixe seu comentário