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O TEMPO jornal de fato

O Santuário Catedral de Joaçaba

Texto escrito a 4 mãos, pelo Padre Joveci de Oliveira Filho (nascido em Brasília no ano 1981, ordenado sacerdote em 2015, Pároco do Santuário Catedral Santa Teresinha do Menino Jesus desde fevereiro/2023)

& Antonio Carlos “Bolinha” Pereira (nascido em Joaçaba no Ano Santo 1950, Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística desde 2003)


Os autores do texto, Antonio Carlos Pereira e Padre Joveci de Oliveira Filho

No dia 02 janeiro do ano de 1930, Dom Daniel Hostin, Bispo de Lages, pela Graça de nosso Bom Deus, resolveu criar a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no então Distrito de Cruzeiro do Sul, futuro município de Joaçaba. Neste ano de 2025, essa paróquia celebra 95 anos de existência, numa caminhada contínua de fé e de amor a Deus Nosso Senhor. Desde então, foram muitos os momentos de alegria vivenciados na Paróquia, e Frei Joveci de Oliveira Filho ressalta alguns que ele considera mais significativos.

No dia 28 de outubro de 1945, justamente na Solenidade de Cristo Rei do Universo, por ocasião da Visita Pastoral de Dom Daniel Hostin, ao celebrar a missa na antiga Igreja Matriz, então situada próxima ao local do Hospital Santa Teresinha, Dom Daniel tratava da necessidade de construção de uma nova Igreja Matriz, no lugar da antiga construção em madeira de pinho, que tinha na entrada uma grande escada, também de madeira.

Em 1º de Dezembro de 1945, a Graça de Deus enviava a Joaçaba Frei Edgar Löers, um ilustre joaçabense nascido na Alemanha em 1901, ordenado sacerdote em 1926 e pároco de Joaçaba entre janeiro de 1946 e fevereiro de 1962, que se tornaria o presbítero responsável pela execução do projeto deste templo e de muitos outros importantes para nossa cidade.  Tendo sido passados apenas 02 meses de sua chegada, no dia 09 de fevereiro de 1946 foi constituído por Dom Daniel Hostin o primeiro “Conselho de Fabriqueiros”, que se responsabilizaria pelo início das obras, cujo início efetivo ocorreu a 18 de novembro do mesmo ano.

No mês seguinte à sua chegada Frei Edgar reuniu aqueles “fabriqueiros“ escolhidos para auxiliar na obra, todos católicos, pais de família, moradores antigos da cidade e que representavam a Comunidade: os Srs. Albino Biaggio Sganzerla (que seria prefeito entre 1955 e 1956), seu sócio Clemente Tarrasconi, o hoteleiro David Tesser, Luiz Ghiggi, o industrial Francisco Santini, o comerciante Orestes Floriani Bonato, Oscar Rodrigues da Nova (prefeito de 1948 a 1951), o agricultor Vitório Pedrotti e Júlio Freitas de Oliveira, gerente do Cine Imperial. Em 1951 passaram a colaborar o contabilista Jacob Pessotto, o comerciante Ernesto Calliari, o ferreiro Cezar Omizollo e o marceneiro José Covolan, como recorda o Dr. Paulo Domingos da Nova, que forneceu dados muito ricos para esta pesquisa.

A Graça de Deus não faltou, mas também não faltaram desafios e problemas, todos superados com a fé de um povo e o desejo obstinado de um homem santo. Em 20 de julho de 1947 celebrou-se a primeira missa campal no local da construção da futura nova Igreja Matriz, sendo que somente em 1º de maio de 1951 é que todas as funções litúrgicas passaram a ser realizadas no templo, ainda em construção. E agora o Santuário Catedral de Joaçaba receberá as Relíquias da Padroeira e de seus pais. “É um momento único, histórico e de muita emoção para o município de Joaçaba e toda a nossa Diocese. Com grande júbilo celebraremos a chegada das Relíquias de Santa Teresinha, Santa Zélia e São Luís Martin, um dia que ficará para sempre em nossas memórias. Por isso, todos são nossos convidados especiais”, afirma padre Joveci. A Santa Missa de entronização será celebrada às 19h30 do dia 12 de junho, dia do aniversário de 50 anos da criação da Diocese de Joaçaba.

Com projeto do arquiteto italiano Ticiano Bettani, a construção utilizou 750.000 tijolos maciços, sendo 500 mil no corpo da Igreja e 250 mil na Torre, Sacristia e Canônica. Na betoneira, argamassa de cimento, cal, terra vermelha do próprio local e pó de pedra. Para o acabamento externo Frei Edgar projetou uma argamassa fina que originou a tonalidade externa da Igreja, composta de pó de pedra e cimento com adição de vidro moído, o que motivou o espetacular brilho que a caracterizava, hoje encoberto por sucessivas pinturas. A torre da Igreja, concluída em janeiro de 1952, tem 53 m de altura, e foi coroada com uma cruz de ferro de 3 m por 1,50 m, executada pelo Sr. Luiz Breda; o relógio, instalado em outubro de 1953, veio de São Paulo e tem 2,20 m de diâmetro. Em 14 de setembro de 1948, mesma data em que era inaugurado o Aeroporto Municipal Santa Terezinha, foi terminada a cobertura da Capela-mór. O estilo da Catedral é predominantemente gótico; com belos vitrais, e desde 1971 ela ostenta um monumental crucifixo de 8 metros de altura que sustenta o Cristo de 4 metros, obra em cedro do saudoso escultor Gotfredo Thaler.

Nosso sacerdote/projetista/construtor/escultor, além da Igreja, projetada para ser uma Catedral, e do Hospital Santa Terezinha (inaugurado em fevereiro de 1957), também foi o responsável pela construção do Cemitério Municipal e do Colégio Cristo Rei (atual Escola Girassol), entre outras obras desse homem que fez, com suas próprias mãos, as pinturas, os capitéis, os ornamentos e o revestimento do altar da Igreja Matriz. Pintou o quadro de Santo Antonio dando pão aos pobres, outro de Santa Ana com sua filha Maria no colo, e o de Santa Teresinha do Menino Jesus, obras que ainda permanecem na Catedral.

Em janeiro de 1962 o dinâmico sacerdote foi transferido para Canoinhas e em 1965 faleceu em São Paulo, com apenas 64 anos. Deixou-nos formidável herança: abrigo espiritual nas igrejas que construiu; templos de saber nas escolas edificadas; alívio ao sofrimento corporal pelo desvelo e dedicação no hospital que ergueu. Não foi só construtor de prédios, mas construtor de exemplos, de abnegação, de trabalho, de fé e de humildade. Mais que isso, deixou uma imagem marcante de excelente criatura humana, lembrada até hoje pelos que tivemos o privilégio de conhecer Frei Edgar.

29 anos após o início de sua construção a nova Igreja Matriz viveu um outro momento fundamental. Tornou-se a Igreja Mãe da Diocese de Joaçaba, tendo a nomeação de seu primeiro bispo acontecido no dia 12 de junho de 1975 e a efetiva instalação aconteceu em 14 de setembro do mesmo ano.

Hoje a nossa Diocese já está se preparando para celebrar o seu jubileu de ouro, viveremos momentos bonitos e importantes dessa etapa jubilar. Na Santa Celebração de existência dessa Igreja Particular queremos presenteá-la de diversas maneiras. A lembrar, a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2024, com o Rito da Dedicação dessa Igreja à Santíssima Trindade, o primeiro importante passo rumo a outros momentos importantes que viveremos neste ano 2025: a entronização das relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e das relíquias de seus pais Zélia e Luís Martin; a elevação desta Catedral à condição de Santuário Diocesano e a soleníssima celebração dos 50 anos da Diocese de Joaçaba.

Consagramos o Templo para que nele também nós façamos parte da sacralidade divina. Mas também consagramos o altar, nele depositando a Relíquia de Santo Antônio, tornando-o parte importante de nossa caminhada de fé e de exemplo de discipulado a Jesus Cristo Nosso Senhor. E realizamos a bênção da nova Cátedra, lugar por excelência do magistério do Bispo nesta Igreja particular, de onde preside a assembleia litúrgica e dirige a oração do povo de Deus.

Cada detalhe deste templo reflete a beleza da fé e o desejo de honrar a presença divina entre nós. Ao consagrar o altar, renovamos nossa entrega ao Senhor, reconhecendo-O como o centro e fundamento da nossa vida cristã. Que este espaço seja sempre casa de oração, encontro e comunhão. Aqui, que ressoem as orações do povo, os cânticos de louvor e as obras de caridade. Que a luz que daqui irradia inspire muitos a buscar a Deus. Que esta catedral seja um sinal visível da glória de Deus no meio de nós!

Para mais detalhes, acesse:

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