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JOAÇABA, A JOVEM SENHORA, FAZ 108 ANOS

Antonio Carlos “Bolinha” Pereira, joaçabense, a caminho dos 75 anos

Ao falar de Joaçaba é comum dizerem que a cidade está encolhendo, que é a terra do “já teve” ou do “lá tinha”. Isso até tem um fundo de verdade. Contudo, vale lembrar que a área original de 7.680 km2 ficou reduzida a apenas 243 km2 depois da emancipação de 33 novos municípios, entre eles Água Doce, Catanduvas, Concórdia, Herval d’Oeste, Ibicaré, Jaborá, Lacerdópolis, Luzerna, Ouro, Tangará, Treze Tílias e Videira.

“Um pedacinho do Oeste que de mil encantos se veste, onde o sol vem se deitar melhor cantinho não há. Nesse vale de beleza, presente da natureza que o poeta inspirou e a arte aflorou, onde a vida te convida a viver, aqui é o melhor lugar pra crescer! Nossa gente hospitaleira, de raça, de fé, de força, guerreira. Joaçaba Faz Cem, Joaçaba Faz Bem. Viver Joaçaba é ser feliz também. 100 anos de história, de trabalho, união, na batida que emana do coração.”  Ao compor em 2017 o jingle do Centenário o maestro Luiz Fernando Spessatto afirmou: “Esse slogan foi criado com muito amor a Joaçaba”.

O tempo passa implacável e confirma: Joaçaba segue seu destino de bem receber, bem acolher. Olhe ao seu redor e contemple Joaçaba e Herval d’Oeste: parece que as cidades nos abraçam! Seus morros simbolicamente nos envolvem e protegem e lá do alto o Santo Local, o Bem-Aventurado Frei Bruno, concorda: é bom morar aqui, viver nessa Terrinha abençoada, de povo hospitaleiro e amigo.

“Joaçaba chega aos 108 anos com disposição revigorada, consolidada como uma cidade que se orgulha de sua história, que se transforma a cada novo dia com trabalho, planejamento e dedicação. Uma cidade que nasceu do trabalho de homens e mulheres visionários e hoje se destaca como referência em qualidade de vida, desenvolvimento e inovação em Santa Catarina”. Com essas palavras Carlos “Pido” Corrêa, repórter cinematográfico da NDTV Record, iniciou a entrevista comigo.

Nessa conversa falei do que Joaçaba representa em nossas vidas. Quando, há nove anos, fui convidado a presidir a Comissão do Centenário de Joaçaba, convocamos pessoas dispostas a colaborar para termos a melhor comemoração possível. Diante das dificuldades crescentes, concentramos nossos esforços em um ambicioso legado: “perenizar a nossa História em um livro, a maneira encontrada para demonstrar o profundo amor que temos a este bendito pedaço da terra catarinense”, como já havia se referido a Joaçaba o Dr. Alexandre Muniz de Queiroz, responsável pela publicação em 1967 do Álbum do Cinquentenário. E o Livro do Centenário cumpre o objetivo ao retratar de maneira muito competente e fiel vários segmentos da comunidade.

Os textos do livro são riquíssimos em detalhes, uma inesquecível viagem ao passado mostrando que Joaçaba inaugurava em 1949 o primeiro aeroporto do interior catarinense e em 1965 o segundo autódromo do país, uma cidade pioneira e de vanguarda à sua época, que tinha cinemas desde a década de 1930 e nos anos 60 o maior e melhor cinema do estado, o Cine Vitória, com 1.500 poltronas estofadas, um luxo!

Dois filhos do “Velho” Queiroz contribuíram sobremaneira. O historiador Enéas Jeremias de Queiroz, ao longo de dezenove páginas, resgata a história pré-catarinense de Joaçaba, lembrando que até o final de 1943 o nome do município era Cruzeiro. Antônio Diomário de Queiroz destaca o pioneirismo industrial, mostra sua verve poética, esclarecendo que o critério seguido foi o de registrar a memória do passado e presente do Município, ressaltando os desafios para um futuro melhor. Diomário, nosso Presidente de Honra, conversou com o Magnífico Reitor Aristides Cimadon e graças à Unoesc temos o tão sonhado livro.

A colonização de Joaçaba começou no início do século passado, quando descendentes de italianos e alemães vieram do Rio Grande do Sul. A nossa região fazia parte das terras contestadas, reivindicadas até 1895 por Argentina e Brasil e que até 1916 pertenciam a Palmas, mas acabaram sendo transferidas para SC após a Guerra do Contestado (1912-1916). Para integrar ao Estado as terras localizadas à margem direita do Rio do Peixe a Lei nº 1147, de 25 de agosto de 1917, estabeleceu a criação de municípios que pertenciam ao território contestado, uma área de disputa entre SC e PR. Porto União e Mafra foram criados no território que pertencia ao Paraná, enquanto Chapecó e Cruzeiro (atual Joaçaba) já estavam em Santa Catarina.

Como as rodovias eram precárias, a estrada de ferro teve importância decisiva no transporte de pessoas e da riqueza produzida na região, promovendo o escoamento da produção e o abastecimento dos colonizadores. A ferrovia é considerada a grande impulsionadora do progresso em toda a região Oeste de Santa Catarina. Até 1930 a ligação entre Joaçaba e Herval d’Oeste era feita por balsa, e por ordem do Presidente da República Washington Luiz foi construída sobre o Rio do Peixe a ponte Emílio Baumgart, a maior do mundo em viga reta de concreto armado, que seria levada pela enchente devastadora de 1983.

O Rio do Peixe nasce na Serra do Espigão, em Matos Costa, e beirando aquele município no sentido norte-sul junta-se ao Rio Pelotas e forma o Rio Uruguai. Temos um rio exclusivamente joaçabense, o Rio do Tigre, que tem a nascente e a foz em nosso município com o ponto inicial do curso d'água no distrito de Nova Petrópolis, desaguando no Rio do Peixe.

A economia viveu fases distintas: na década de 1950 éramos destaque nacional na produção de trigo; o setor madeireiro impulsionou o crescimento, as máquinas agrícolas e a fundição consolidaram o prestígio de Joaçaba, hoje uma cidade universitária e polo regional na área médica. Embora a população seja essencialmente urbana, a agropecuária contribui na suinocultura, avicultura e bovinocultura e nas culturas de milho, soja, feijão, fumo, verduras, vegetais, etc.

Joaçaba é um centro de atividades econômicas, serviços, comércio e cultura numa região de aproximadamente 300 mil habitantes, inclusive pela excelente estrutura na prestação de serviços, qualificada na diversificação e qualidade profissional. Variadas opções gastronômicas, uma rica diversidade cultural, boas escolas formando cidadãos e ensino superior de qualidade, excelentes serviços médico-hospitalares, arranha-céus que justificam o epíteto de “menor metrópole do Brasil”, eis aí um retrato da Cidade que na inspirada letra de seu hino convida: “a quem vir morar comigo, dou carinho e dou abrigo”, na feliz definição do Poeta Maior, Miguel Russowsky.

A programação dos 108 anos do município prevê muitas atrações neste mês: Automobilismo, Festival de Dança, Festival de MPB, Robótica. As comemorações iniciaram em grande estilo no Teatro Alfredo Sigwalt, com um espetáculo ímpar, intitulado “Sobre um Céu de Poemas”, apresentado pelos alunos das diversas oficinas culturais que ali são desenvolvidas.

As exposições da Casa da Cultura Rogério Sganzerla atraem muita gente, e nesta semana foram visitadas pelo Vice-Prefeito de Joaçaba, Sr. Jorge Dresch que, assim como tantos outros, ao passar em frente das bonitas vitrines envidraçadas da antiga construção, entram para conferir as mais variadas formas de expressão artística, como "Um olhar sobre Joaçaba", da artista plástica Adriane Martin, “Quando Sentir Transborda” da jovem artista Lauane Vieira e “Do Tempo da Zefa, Tárcia e Bepe…”

Joaçaba é sede de Diocese desde 1975, a magnífica Catedral, promovida a Santuário, é obra de um padre alemão, Frei Edgard Löers. Como incentivo ao turismo os eventos são planejados com carinho e cuidado profissional. Romaria de Frei Bruno, corridas de motociclismo e automobilismo, o espetacular desfile de carnaval, que levou a cidade a ser considerada a Capital Catarinense do Carnaval.

        Joaçaba continua oferecendo o melhor aos seus habitantes, muitos dos quais de origem italiana e alemã, descendentes dos colonizadores gaúchos, esses trabalhadores incansáveis a quem devemos o desenvolvimento dessa cidade próspera, que se orgulha de oferecer uma boa qualidade de vida, sendo considerada a terceira melhor no Estado e a oitava no País.

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