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FREI BRUNO, FREI EDGAR E... QUEM MAIS ?

Frei Bruno e Frei Edgar: Arte de Jurandir Severino.

 

                                                                  Jaime Telles

 

Pela grandeza de seus feitos, algumas pessoas conseguem marcar sua passagem pela vida terrena. Joaçaba teve a felicidade de, ao mesmo tempo, contar com dois gigantes que aqui aportaram por força do sacerdócio de ambos. Dois padres contemporâneos, com características bem distintas, porém identificados com o povo, cada um à sua maneira. Frei Bruno Linden e Frei Edgar Loers.

É natural que as pessoas façam comparações entre eles, porém, a obra de cada um está acima de qualquer forma de se estabelecer quem fez mais ou melhor. Os dois foram maravilhosos e a cidade lhes deve respeito igual. O fator que os torna mais semelhantes é o interesse pelo povo, acima da própria religião que professavam.

Hoje, grande parte do povo acredita que Frei Bruno já é um Santo e se mobiliza para que a Igreja assine em baixo. Para outros, Frei Edgar é quem merecia um monumento bem grande e que seu nome fosse referendado pelo Vaticano. Canonizados ou não, eles já moram no coração do povo, que os tem como bons exemplos.

Frei Edgar Loers, ostentava o estilo bonachão, cabelo de lado, fumava charuto, dirigia um Jeep, era exigente e autoritário, apreciador e incentivador das artes, porém atencioso e solícito. As marcas que ele deixou estão muito presentes na vida da comunidade. Com toda precariedade que se pode imaginar, nas décadas de 1940 e 1950, ele fez com que o cimento e os tijolos mudassem a paisagem da cidade e a vida de muita gente. Foi o nosso padre construtor. Com visão futurista, pensou no povo e agiu pelo povo, valendo-se da força do próprio povo. Ele ergueu paredes para uma sociedade melhor. Suas obras mais importantes: Hospital Santa Terezinha, Colégio Cristo Rei (hoje Superativo) e a Catedral Santa Terezinha.

Frei Bruno, bem diferente. Manso, magricela, andava a pé, apoiado em seu guarda-chuva. Uma boina preta lhe protegia a careca. Não construiu prédios. Não lidou com grandes quantias de dinheiro. Era simples, modesto e chegou aqui em idade avançada, depois de fazer história em outros lugares, principalmente nas cidades de Rodeio e Xaxim.  Sua obra é bem outra. Ele construiu paredes etéreas, colunas intangíveis, muralhas de fé e de apego ao bem. Paz e bem, palavras que bastam para resumir seu jeito de ser. Com visão futurista, pensou no povo além da vida e atendeu o povo. Não esperava visitas, visitava. Não deu aulas, deu lições práticas de amor. Não deu remédios, mas aliviou muitos sofrimentos.  Não pintou quadros, mas desenhou novos caminhos. Não tinha voz imponente, mas se fazia ouvir. Não esperava elogios, mas fazia por merecê-los.

O livro de nossa história ainda tem páginas em branco. Outros personagens podem ser acrescentados. Mas não adianta impor, porque na sua simplicidade, o povo sabe fazer suas escolhas.

 

Frei Bruno e Frei Edgar: Arte de Jurandir Severino.

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