Por Evani Marichen Lamb Riffel

Caro(a) Leitor(a), são tantas e tantas leituras colhidas no cotidiano da vida, algumas reveladoras de atitudes com valores, valores estes, muito desacreditados no mundo corruptivo onde vale a lei "de quem pode mais, chora menos"... ou cada qual puxando brasas para seu assado.

      Então vamos à leitura de uma história real que nos remete à acreditar, ainda, no mundo em que vivemos e na humanidade, ela existe porventura na atitude de poucos...  resiste como um clássico que perpassa gerações.

      Certo dia no final do expediente, fecho a porta principal da sala onde trabalho e atravesso ligeiramente a faixa de pedestres em frente ao local. Enquanto ainda estou com a bolsa aberta a remexer na chave para bem guardá-la, do outro lado da via  alguém chama: -Senhora, senhora, espere um minuto.

      Um senhor loiro de olhos azuis, que pelo traquejo da fala denunciava um português de descendência alemã, com olhar de pessoa de boa fé, boa índole, me aborda humilde e prestativo e pede: -A senhora parece que perdeu algo que procurava na sua bolsa. Eu achei R$ 50,00 logo ali em frente. Foi a senhora que perdeu?

      À princípio, numa leitura momentânea, acreditei estar entendendo mal ou haver sido sugada por uma nave extraterrestre!!!...

      Respondi em evidente espanto:-Senhor não perdi nada, estava a guardar bem minha chave, mas devo dar-lhe os parabéns pela honestidade na fita...

      Ele, o honesto senhor, completa a atitude com o destarte da soberba: - Desculpe incomodá-la senhora, juntei o que não é meu mas quero devolver. Pobre da pessoa que perdeu este valor, deve estar aflita a procurar.

    Estarreci, sinceramente.

      Entre tantas hipóteses da leitura momentânea do meu cérebro, o hipotálomo, na emoção do momento, remeteu o resumo mais estarrecedor: -Este valor poderia privar alguém de tomar um medicamento em caso de vida ou morte!

      Tão logo fiz esta leitura outra mensagem foi-me rapidamente enviada:

-"E àqueles, cujo os quais roubam ou pegam valores públicos sem achá-los sequer??? Quantos entre a vida e a morte são privados de assistência à saúde por corrutos de má fé?

      Abaixo a corrupção e viva, viva a honestidade num mundo onde a leitura é de uma minoria em extinção.

      Bem o disse o grande Rui Barbosa: "-Vivemos num mundo em que, um dia, os poucos honestos que sobreviverem, terão vergonha de o sê-lo.

P. S.

      Leitor(a), a leitura enobrece, gentiliza, valora, forma para um mundo mais humano e fraterno! Boas leituras cotidianas... com histórias a recontar!!... 

(Texto de Evani Marichen Lamb Riffel- Escritora pedagoga e psicopedagoga).

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