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Com segunda onda de Covid e sem reformas, economia brasileira terá caos

A Europa vive uma segunda onda de coronavírus, o que tem obrigado muitos países europeus a endurecerem medidas de distanciamento social. Aqui no Brasil, caso haja uma segunda onda, a economia brasileira, que lentamente vem ensaiando um pequeno crescimento, sentirá forte impacto. E, se reformas estruturantes não forem aprovadas, o cenário pode se deteriorar ainda mais.

A análise é da professora de Economia e coordenadora do Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica da FECAP, Nadja Heiderich.

Segundo a especialista, em termos macroeconômicos, há um ambiente ainda muito incerto. "A pandemia ainda não acabou. A Europa está percebendo a segunda onda, o que deve ocorrer em breve aqui no Brasil também. Dado que a gente ainda não tem a vacina ou medicamentos para tratar a doença, as medidas restritivas para combater a pandemia acabam impactando negativamente a economia. Se a gente tem a persistência da pandemia, mais tempo vai durar o impacto econômico disso", explica.

Nesse cenário, para as coisas não piorarem ainda mais, os países acabam tendo que adotar medidas e pacotes fiscais de incentivo à Economia, o que faz com que os governos se endividem.

"No caso brasileiro, a gente tem uma situação agravada, porque desde 2015 estávamos passando por um processo de recessão. 2015 e 2016 foram os anos de recessão econômica severa, devido a uma crise fiscal aguda. Nosso endividamento público cresceu muito rapidamente de 2010 para cá e a partir de 2016 houve um esforço fiscal para tentar controlar esse aumento do endividamento público com a PEC do Teto dos Gastos. O atual governo também vem fazendo esforços para economizar e reduzir a máquina pública".

E veio a pandemia... Com a Covid-19, foram tomadas medidas de auxílio e de crédito para melhorar a atividade econômica. Só que isso fez com que o Governo gastasse muito, e o endividamento público começou a disparar de novo. Estamos chegando a quase 100% do PIB. Vindo uma segunda onda da doença, o Governo não tem mais recursos para incentivar a economia.

"A capacidade do governo para pagar os títulos da dívida pública está se exaurindo e, ao colocar novos títulos de dívida pública, a capacidade de rolagem da dívida também vai-se exaurindo. Esse é um cenário bastante difícil e que pode levar a economia a uma hiperinflação", explica.

O Boletim Focus de 16 de novembro, do Banco Central, traz números um tanto quanto animadores. A expectativa é que a economia brasileira tenha um resultado melhor do que era esperado, com queda de "apenas" cerca de 4,6%, inflação estável em torno de 3% e taxa de juros por volta dos 2%. Isso com as previsões que temos hoje, mas o futuro é bem incerto. Tudo depende de uma segunda onda da Covid, das medidas restritivas, da duração disso, e o que o Governo terá de fazer para poder alimentar e fomentar a atividade econômica.

Contudo, o mercado tem algumas ressalvas. Se vier uma segunda onda, os pacotes que temos hoje, os projetos de reformas administrativa e tributária, e posteriormente uma reforma política, vão passar pelo Congresso? As privatizações também trariam uma grande economia ao Governo.

"Esses pacotes têm urgência de serem tratados porque eles fazem com que o Governo possa economizar. Do contrário, uma situação de caos se instalaria na nossa Economia. Passamos pela reforma da Previdência, que já foi um alívio nas contas públicas, mas agora a gente precisa de mais alívio ainda. A reforma administrativa é necessária e vem aí para tentar reduzir privilégios e salários elevadíssimos da elite pública. Só que até agora o mercado não está precificando isso de maneira otimista. As reformas precisam passar pelo Congresso para ontem, senão a gente vai mergulhar no caos novamente", finaliza.


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