O filósofo Aristóteles (384 - 322 a / C) ao tentar diferenciar o ser humano do animal considerado como uma capacidade de raciocinar, planejar como ações é o que dá ao homem uma certa superioridade em relação ao animal irracional ...

O animal por exemplo ao se deparar com a chuva ou frio ele busca um lugar para se proteger, o homem por outro lado planeja e pensa construir uma casa ...

O animal se adapta, o homem transforma ... O animal busca uma toca, se esconde embaixo da árvore, o homem corta a árvore e constrói uma casa ...

Lembrando do filósofo Hugo Assmann, a dúvida gera a curiosidade e movimentação a pessoa em direção à busca do conhecimento ...

Portanto dúvida, curiosidade, racionalidade nos movimentam, nos colocam em busca ... A determin numa certeza nos paralisa, ela não contribui para que o indivíduo consiga mergulhar para além dela ... A definir na religião por exemplo pode levar o indivíduo a contemplar , adorar, louvar ... Ótimo, pois isso oferece também a experiência religiosa, oferece uma paz, não podemos desconsiderar a importância disso para o indivíduo ...

Por outro lado, essa crítica numa verdade pode contribuir para que o indivíduo não questione por meio de sua racionalidade, deixe de investigar, se inquietar ...

Certa vez uma jovem de apenas 18 anos me dizia não querer fazer faculdade porque ela já tinha encontrado "A Verdade". Segundo ela, o estudo bíblico na sua Igreja já fez sentido o sentido da vida, e isso já bastava ...

Diante disso penso que podemos sim acreditar em algo superior, acho que isso faz parte da necessidade que temos de dar sentido à nossa vida, porém não devemos parar na atitude de adoração da preferência apenas ... A prática religiosa que estaciona na adoração e não cumprir de regras e leis das igrejas pode conduzir ao fanatismo e não a uma experiência religiosa ...

O teólogo catarinense Leonardo Boff afirma que a experiência religiosa deve nos conduzir para uma abertura ao outro, ao diferente, que nos motivos a diferente do diferente ... Assim, segundo Boff, a religião pode contribuir na nossa humanização, do contrário ela nos reconduzirá à condição de animal ...

Ela te levará para uma atitude de adaptação aos critérios da igreja, daquele pastor ou padre ...

Este é o problema dessa pendência, que em filosofia chamamos de crenças limitantes. A religião pode nos ajudar e pode também nos prejudicar na vivência da ética e do amor. Infelizmente, muitas líderes (padres e pastores) defendem as suas igrejas do que a prática de uma pedagogia da espiritualidade. Ficam se preocupando em dizer a seus fiéis que a sua igreja é a verdadeira e tecem críticas fundamentalistas às outras religiões.

Ao descolar de aproximar as pessoas, conforme distanciam umas das outras. Os padres e pastores precisam contribuir para que o fiel faça uma experiência religiosa que o humanizar, que o torne uma pessoa melhor. E hoje o mundo precisa de amor, de ética, compreensão, compaixão. Por isso repito, a certeza, a dev cega pode te paralisar, porém, a dúvida, o questionamento, podem te colocar um caminho de uma busca mais profunda do sentido da vida, para além das igrejas. Eu sempre digo que o mundo espiritual, da divindade, do infinito, é uma coisa e as igrejas são outra, são criações humanas ...

A dúvida faz bem à saúde mental e espiritual!

Um grande abraço

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Evandro Ricardo Guindani

Evandro é natural de Vargem Bonita - SC, graduado em Filosofia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação. Atualmente é Professor da Universidade Federal do Pampa em São Borja-RS