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UM OLHAR ESPECIAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

  • - Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).

Evani Marichen Lamb Riffel Pedagoga e Psicopedagoga

Pedagoga e Psicopedagoga

     "Não serve para nada um amor pedagógico que jamais é levado pela observação da vida infantil a abdicar do ímpeto e prazer que sente, na grande maioria dos casos, ao corrigir a criança, baseado em sua presumível superioridade moral e intelectual. (...) Verdadeiramente revolucionário é o efeito do sinal secreto do vindouro, o qual fala pelo gesto infantil." (Walter Benjamin)

      Estimado(a) Leitor(a), o início princípio desta leitura, na citação acima, nos conduz à importante conduta pedagógica do professor pesquisador: a observação.

     Consideremos aqui o jogo do faz de conta como expressão do imaginário infantil a partir de histórias contadas, representado com os pequenos o reconto junto ao professor observador, (jamais conduzindo ao mero teatralizar do gesto infantil), em papel interferente de condutor e, sim abolindo a necessidade de um final que agrade ao público, ao contrário, o faz de conta improvisado quase como travessura do imaginário infantil representa a história, vivencia.

... A história... Da observação!

      O menino curioso e inquieto, ouve disperso, a história do dia. Seus coleguinhas, com os olhos brilhantes acompanham o conflito da joaninha e da lagarta, que disputam o pousar na mais bela flor do jardim para fazer morada.

      Ele, o menino, faz trejeitos e luta com o imaginário: empurra, dá pontapés, empunha uma armazinha imaginária, mas... Daqui há pouco o faz de conta tem outros personagens... o tal menino agride os colegas, tem atitudes invasivas, desrespeita as regras da escola, impede o bom andamento da aula e as boas relações com os coleguinhas.

      Enquanto isto, a história... Pirlimpimpim chega ao fim! No faz de conta da turma os meninos e meninas brincam de lagarta se arrastando pelo tapete e as joaninhas andam agachadinhas procurando flores no jardim... imaginário!... Naquele faz de conta, enfim!

      Voltando ao primeiro menino, o distraído, alheio na hora da história, está num faz de conta também, porém, próprio do contexto que ele experimenta em seu cotidiano.

      A observação de tal fato nos leva à reflexão:

-O que este menino está vendo na televisão, no game, no play, no celular da mamãe, no note do papai?...

      A agressividade, os gestos, o fazer de conta, interrogam este cuidado com os pequenos. As atitudes impulsivas, expressões agressivas, são sinalizadores de cuidados. Observe!!!...

(...)

Naquele dia... rostinhos brilhantes, energia vibrante... Um convite para a turminha em roda de leitura:

      -Vamos fazer de conta que estamos diante de um belo jardim florido e é primavera?????!!!!!!!

As flores exalam perfumes mil

Cada flor uma cor

Joaninhas, grilos, lagartas e borboletas

Óh! O sol a brilhar

A suave brisa leves pétalas a carregar

Olhos tolhidos no imaginar

Mãozinhas a colher a flor mais bela

Nariz a inspirar a vida, o ar

Pulmão que solta um soprão

Óh! A vela a apagar!!!...

Faz de conta que é vela bela

Vela de mais um ano de vida

Faz de conta que é dia da data mais querida...

É primavera e a criança a flor das quimeras!

Óh! Quem me dera fazer de conta que sou ainda criança...

 

P. S.

Leitor(a), na vida, no fazer, no ser, no educar, no querer, uma reflexão filosófica:

"Na unanimidade há uma parcela de entusiasmo, outra de conveniência e uma última de desinformação." (Carlos Drumond de Andrade)

...Aprendemos todos os dias durante toda a vida e "quando sabemos, sabemos que nada sabemos."

 

     

     

 

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