PRECISA DE AJUDA?!... ...UMA PORTA QUE SE ABRE!
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- Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).
POR EVANI MARICHEN LAMB RIFFEL PEDAGOGA E PSICOPEDAGOGA.
Estimado(a) leitor(a), A LEITURA DE HOJE ABORDA O TEMA ALCOOLISMO E aLCOÓLICOS ANÔNIMOS.
Você já VIVENCIOU OU VIVENCIA, no grupo de amigos, entre colegas de trabalho, ou no CONTEXTO FAMILIAR, CASOS GRAVES DE ALCOOLISMO, CUJOS DEPENDENTES PRECISAM DE AJUDA?...
eRRoNEAMENTE, O ALCOOLISMO É VISTO COMO OPÇÃO SEM CARÁTER DO DEPENDENTE, QUANDO NA VERDADE É UMA DOENÇA QUE TEM TRATAMENTO.
existe sim, uma porta aberta, quando todas as portas se fecharam e o alcolátra se encontra no "fundo do poço."
GRUPO DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (AA)
O AA é uma irmandade que congrega portadores de alcoolismo, uma doença incurável. Sua proposta é ajudar o alcoólico a parar de beber.
Para ser admitido no AA, não existem taxas nem mensalidades. A única exigência é o desejo de abandonar a bebida. Ninguém declara endereço ou profissão, classe social ou poder econômico, ideologia política ou crença religiosa. Analisando, porém, a composição dos diferentes grupos, conclui-se que todos os extratos sociais estão neles representados.
Os membros do AA são protegidos pelo mais absoluto anonimato que, além de preservar a identidade dos alcoólicos, afasta qualquer ideia de projeção pessoal ou de terceiros que possa contaminar a estrutura da irmandade, regulamentada pelas Tradições (normas condensadas pelos pioneiros e aprovadas democraticamente que asseguram a unidade da instituição).
Apesar de não se vincular a nenhuma religião ou seita, o AA prega ser impossível vencer o alcoolismo sem a proteção de um ser superior, de um ente supremo que ajude o alcoólico a manter a sobriedade.
Ao chegar ao AA, o alcoólico é recepcionado por companheiros que abandonaram a bebida há algum tempo, embora todos digam que hoje conseguiram evitar o primeiro gole. A reunião começa com uma prece encontrada num necrotério dos EUA, cuja mensagem se encaixa perfeitamente na filosofia da irmandade a oração da serenidade.
A seguir, têm lugar os depoimentos dos veteranos que, ao expor uma história de vida muito semelhante à dos recém-chegados, provocam neles identificação profunda.
"É sempre o mesmo drama, só mudam os atores...
...É começar a beber, viver um primeiro momento de satisfação e euforia, para depois tornar-se dependente, perder a credibilidade, a razão, a moral, a vontade de viver". Infelizmente o alcoolismo é uma doença progressiva e de difícil controle.
Depois a palavra é dada aos novatos que farão uso dela se quiserem. Nada é obrigatório no AA. O primeiro passo para a recuperação é admitir que existe uma doença, o alcoolismo, porque enfrentar o problema e alcançar a sobriedade só é possível se houver esforço e empenho pessoal do interessado. Mesmo que haja recaídas (o alcoolismo é uma doença recidivante), as portas do AA estarão sempre abertas e os companheiros acolherão o dependente que retorna sem críticas nem censuras.
As reuniões são lideradas por um coordenador diferente a cada dia, a quem cabe abrir a sessão e organizar ordem dos depoimentos.
Segundo um de seus membros, "o único chefe é o resultado da consciência coletiva que se manifesta através de um Deus amantíssimo". (Sobre o autor: Luiz Fujita Jr
Jornalista, editor do Portal Drauzio Varella e criador do podcast Entrementes, sobre saúde mental. @luizfujitajr)
Enfim, vamos à história de hoje?
*Não é fábula, não é conto fictício...É um depoimento real de um alcoólico anônimo:
Minha Vida, de Volta!!!
Nada mais importava. Na cama imunda a perder o tempo de vista...
No criado mudo a garrafa vazia com o copo quebrado.
O ambiente rescendia ao mau cheiro dos banhos não tomados há dias, chulé e suor alcoólico, hálito em asco de porre...
Nesta noite havia acontecido o pior: sem família, sem amigos e sem vergonha na cara, dirigira alcoolizado e a blitz policial o enquadrou no crime de dirigir sob efeito de substância alcoólica. Perdeu a carteira de habilitação, o veículo que ainda dispunha para se deslocar para a empresa na qual era entregador de mercadorias. Nem precisa citar que também perdeu o emprego.
E agora?
As portas se fecharam! Crédito? Nem pensar! E a comida? Estava acabando...Despensa vazia... nem se importou até porque mal e mal comia... E a garrafa diária de aguardente? Nem cantar bodegueiro fiado iria dar resultado, já devia um bocado para vários nas proximidades.
Toc...Toc...Toc!
Era o oficial da justiça como mais uma das muitas intimações: Maria da Penha, atraso na pensão do filho menor, boletim de ocorrência por brigas e confusões em bares, dívidas em processos judiciais, penalidades de trânsito...
O olhar vago, corpo encolhido, mãos trêmulas, roupa suja e desgastada, a barba por fazer, sem rumo, sem norte saiu a vagar pela rua deserta.
Eis que, uma porta aberta chama sua atenção e ele adentra sôfrego.
Uma voz agradável acolhe: -Seja bem-vindo. Entra e senta. Alguém ali coordena a reunião e diz: -Companheiro, você aqui hoje é a pessoa mais importante.
_Nossa, eu importante?
Todos ali, com a cuia de chimarrão rodando, assentados nas cadeiras simples e surradas ouviam depoimentos de histórias reais e parecidas.
22h
A reunião termina com a oração da serenidade em uníssono:
"Concedei-me senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras...
Vivendo um dia de cada vez (...)
- Companheiros, mais 24h de sobriedade à todos, boa noite!
...O tempo passa e nesta porta aberta que o acolheu, hoje ele entra por opção e não ao acaso. Seu depoimento neste dia é comovente para os companheiros da irmandade e em especial para os visitantes desta noite, sua esposa e seu filho:
(...)-Resgatei minha vida de volta! Mais 24h de sobriedade aos companheiros AA!
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