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LEMBRANÇAS DE OUTRORA

  • - Evani Marichen Lamb Riffel

Caro(a) Leitor(a), pretendo resgatar saudosas memórias das origens de outrora neste poetar a brincar, a arranjar rimas e palavras...

Lembranças tantas de outrora... Bordadas no tempo de agora

Dias gentis e romanescos

Um feixe de luz nas grandes janelas paisageiras de vidrado

Da casa grande com varanda de madeiras torneadas, esverdeadas

Oscila cores em matizes sobre o velho baú escancarado de manhas

De memórias e antigos pertences... Naquele dia chuvoso e invernesco

Feixe de lágrimas da moçoila solteira matrona, condecorada de solteirona

Olhar sobre os crivos bordados no par de fronhas

Viúva do tempo sem casamento.

Lá no fundo crepúsculo do entardecer deste dia

O rádio tocava a Ave Maria ...consolo e entretenimento!

O cheiro aroma do pão assado no forno de barro

A razão do despertar da alusão fantasiada do tempo

De banho de banheira cromada... No chuveiro de lata de corda puxada

Molhou o corpo e mais nada... A fila de espera é de 10

Família numerosa ...  O último se desespera

A perder o tempo da espera...

À noite a luz de velas

É ela! Quão bela, a contar estrelas pairada na janela.

O dia amanhece ensolarado matreiro

O casal de pica-paus no toc-toc ligeiro... No alto do coqueiro

E lá esta ela, a bela, a negaciar as aves negras que revoam

No imenso azul celeste

Ela... A contar as aves ligeiras... Carta... Convite... Casamento

Sonho vestido de noiva da moça solteira.

Das vestimentas de muitos panos, vestidas faceiras

Das sombrinhas sombreiras, das damas verdadeiras

Dos  gentis cavalheiros no tempo da caneta-tinteiro

 O chapéu de pano, a bengala elegante, as casimiras frisadas

No tempo do ferro a brasa!

O calor do aconchego no velho fogão a lenha

A lenha serrada no roc, roc do serrote ... Puxa de lá, puxa de cá

Lenha, depois picada a machado, a suprir o caixão da lenha

Onde vovô costumava  estar sentado... Ou o casal de enamorados

Fazendo par com o paneleiro prateado ...

Do bom chimarrão e da rodada de pinhão...Na  chapa do fogão sapecado!

Solene, a velha eletrola roda o disco

Suspira Lembranças de outrora...

Doce flor da aurora dos velhos tempos findos agora

Do tropel dos cavalos nas estâncias campeiras... A cavalgar em asas ligeiras

Nas picadas de mata nativa intensa.

No museu,  por ora,

Um filme do passado aflora.

Na selva de pedras, a cidade lá fora descortina o progresso de agora

 Saudosismo presente neste lugar, nesta hora...

 Vivo nas Lembranças de outrora.... no Museu!

 

 

 

 

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