Comemorações de 90 anos do Distrito de Capinzal, dia do Músico e lançamento do livro ?Viventes de minha Terra?

No dia 18 de novembro, quinta-feira, teve a comemoração da padroeira dos músicos (Santa Cecília) e dos 90 anos da Emancipação Distrital de Capinzal, com missa celebrada às 19:30 horas na Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, tendo acompanhamento da Banda Municipal, com participação especial do Coral Infanto-juvenil do Projeto CECON e do Coral São Paulo Apóstolo da Igreja Matriz de Capinzal.

Posteriormente à celebração da santa Missa, às 20:30 horas no Centro Social São Francisco de Assis, aconteceu algo muito esperado, sendo o Lançamento da segunda obra escrita por Dr. Vitor Almeida, denominada ?Viventes da Minha Terra?.

Para registro, a primeira obra editada por Dr. Vitor no dia 13 de fevereiro de 2003, com o livro intitulado ?Capinzal sua Terra e sua Gente?, realizado em sessão solene da Câmara Municipal, tendo como local o Centro Educacional Prefeito Celso Farina.

Dr. Vitor foi Vereador e continua sendo um dos maiores colaboradores para o pleno desenvolvimento de Capinzal, um dos exemplos foi doar área de terra para a implantação da Unoesc em nosso Município.

Para Antonio Pasqual Sartori: ?As homenagens do povo de Capinzal, a todos e a cada um dos ?Viventes de minha Terra?, os quais dentro de suas limitações, fizeram história nas fronteiras do Município de Capinzal, na qualidade de filhos natos ou adotivos?.

Participaram da Mesa de Honra, quando do lançamento do livro intitulado ?Viventes de Minha Terra?, as seguintes autoridades e personalidades:

- Dr. Vitor Almeida/advogado, escritor e historiador;

- Volmar Betiolo/Secretário Municipal de Transportes, Obras, Urbanismo, Agricultura (representou o prefeito de Capinzal: Nilvo Dorini);

- Dr. Alexandre Dittrich Buhr/Juiz de Direito da Comarca de Capinzal;

- Maria Lucinda Corcetti/Secretária de Educação, Cultura e Esportes de Capinzal;

- Orlei Roncaglio/diretor da Editora e Gráfica Kayganghe Formulários - (Av. Coronel José, 673 ? TElefax (0**46) 263-1611 e E-mail: gráfica@kaygangue.com.br Palmas (PR);

- José Elinei/do departamento comercial da Gráfica Kauganghe.

PREFÁCIO

Viventes de Minha Terra

Com muita honra aceitei o convite de prefaciar este novo livro do advogado, historiador e amigo Vitor Almeida. Ele nos presenteia com mais um livro: VIVENTES DE MINHA TERRA. O livro traz histórias de pessoas folclóricas que surgiram em nossa cidade. Foram pessoas que fizeram história por suas manias, mentiras, características peculiares, limitações física ou mentais.

O livro prende a atenção do leitor do início ao fim. Como uma narração simples e poética, usando uma linguagem fiel aos personagens e à época de cada história, o livro nos encanta.

Ao contar essas histórias retratando a vida destas pessoas, a maioria delas destituídas da bem aventurança de terem nascido em berços mais afortunados, nos dá uma lição de humildade. São pessoas simples, rudes até, inúmeros com problemas físicos de ordem motora ou mental, que mais passaram pela vida do que viveram.

Assim, como que em uma mensagem subliminar por detrás das histórias, o livro nos remete a uma reflexão de nossa própria vida, bem mais afortunada do que a vida dos seus personagens. As histórias aqui contadas trazem a realidade de tantas individualidades que acabam nos forçando a sair de nossa própria realidade, nos forçando a valorizar as pequenas coisas boas que aconteceram e que acontecem em nossas vidas, na medida em que tais coisas não são e não foram privilégios de todos.

A beleza das histórias está em colocar à mostra que, em verdade, convivem em uma mesma sociedade, por mais pequena que seja, múltiplas realidades. Realidades que sobrepõem, se harmonizam e se chocam muitas vezes. Tudo acontecendo ao mesmo tempo.

Nos surpreende ver a variedade das individualidades humanas, às vezes tão distantes da nossa. Mas são pessoas que conviveram ali, tão perto de todos nós. Quantas outras individualidades destas, desafortunadas, que hoje passam ao nosso lado, vagando pelas ruas, vagando pela vida?

Quantas pessoas bem mais afortunadas de dons naturais não serviram de carrasco muitas vezes destes personagens, maltratado-os, de forma a aumentar ainda suas tristezas? O livro acaba, também, nos remetendo à reflexão de qual seria a visão destes personagens sobre a sociedade em que viveram.

Chega a surpreender como muitos destes personagens sobreviveram. A força de vontade de alguns de superarem suas limitações. A força de vontade de alguns de superarem suas limitações físicas e mentais a fim de simplesmente sobreviverem. E quantos outros, fisicamente sadios e que sucumbiram à depressão, ao desinteresse por tudo e por todos, entregando-se ao vício tão comum do alcoolismo e que, apesar disso, passaram pela vida sobreviveram.

Enfim, uma belíssima obra de pesquisa história e com uma mensagem tão profunda.

Todos nós, capinzalenses, mais uma vez, devemos render homenagens a este grande capinzalense, o escritor, advogado e amigo Vitor Almeida, o qual perpetua mais uma parte de nossa história, um verdadeiro legado para a eternidade.

Aproveitem!

Alexandre Dittrich Buhr

Juiz de Direito da Comarca de Capinzal

DUAS PALAVRAS...

Viventes de Minha Terra é um trabalho resgate de Capinzalenses, dentro dos seus três períodos históricos localidade, Distrito e Município que, pelas mal traçadas ruas da Vila ou então do distrito do Rio Capinzal e, mais tarde, nas já ordenadas avenidas do município, sempre foram presenças obrigatórias.

É certeza absoluta, a inexistência de qualquer tipo de registros, ou referências mais profundas nos anais da história Capinzalense, da residência ou passagem desses personagens.

Certamente todos viveram à margem da sociedade, participando como meros assistentes, da evolução dos problemas sociais, às voltas com os seus próprios, sumamente avantajados. Em regra geral, portadores de deficiências ou limitações, alguns com leves distúrbios mentais ou emocionais, exteriorizando suas peculariedades através do comportamento, mania e modos, consubstanciados em conjunto de atos, práticas, costumes e realizações, dentro de parâmetros reconhecidamente anormais, dando o vislumbre da marca registrada de todos e de cada um.

Pelos caminhos e ruas do distrito e posteriormente do município, os nossos Viventes, quer nos botecos, bares ou praças públicas, traziam à tona os próprios sonhos, logicamente irrealizáveis, materializando-os na sua vida real.

Pela forma de vida e pelos próprios procedimentos, os Viventes se transformaram em figuras populares, características e insubstituíveis, tanto na cidade como no interior.

Não desejamos que o tempo sepulte nossa história ou parte da mesma e, para salvaguardar a sua integridade, procuramos resgata-la, tirando inclusive do anonimato para muitos, registrando-a em definitivo, para todos.

O resgate destes personagens, com as peculariedades de cada um, inseridos em ?Viventes de Minha Terra? pela razão de serem parte da história, conhecidos pelas gerações passadas e, para o integral conhecimento da atual geração, com certeza, que no díade amanhã serão do conhecimento das gerações que os sucederem, independentemente de preocupação pelo decurso do tempo.