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Fetraf-Sul é contra liberação sementes transgênicas

Fetraf-Sul é contra liberação de sementes transgênicas

 

Foi com preocupação que a Fetraf-Sul acompanhou a liberação para comercialização de duas variedades de milho transgênico pela Comissão Nacional de Biossegurança (CNBS). A comissão acatou a decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenham recomendado o aprofundamento dos estudos para se conhecer o impacto das sementes transgênicas para o campo brasileiro.

?Sempre tivemos um posicionamento contrário à produção transgênica. Alguns países da Europa recentemente proibiram o consumo desses milhos transgênicos agora liberados no Brasil?, afirma o coordenador geral da Fetraf-Sul, Altemir Tortelli. ?Temos um projeto de desenvolvimento da agricultura familiar baseado na preservação ambiental, na agroecologia e no desenvolvimento sustentável e a liberação vai contra nossa expectativa de melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares?, salienta.

Segundo estudos do Ibama, uma das variedades liberadas, o milho transgênico LL contaminará as variedades de milho crioulas, pois são sementes de polinização aberta, que só com o vento são contaminadas. Já a Anvisa afirma que os processos de liberação comercial do milho MON 810 e Liberty Link possuem estudos inadequados e insuficientes para atestar a segurança alimentar e determinar os riscos à saúde pública que o uso dessas sementes poderá causar.

?É notório que a entrada da produção transgênica no setor agrícola brasileiro traz uma elevação dos custos para os agricultores familiares que desejam permanecer na produção orgânica e convencional (não-transgênica).?, diz Tortelli. Para um grande número de agricultores, a produção não-transgênica fica inviabilizada pelos altos índices de contaminação e por ter que assumir todos os custos de proteção e segregação. ?Essa decisão pode aprofundar o fato de que os agricultores perdem o controle da produção de semente e, com isso, se fortalece o monopólio dessa produção para as multinacionais?, finaliza.

 

Fonte: Fetraf-Sul

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