FECAM EM 2019
-
- Joares Ponticelli , presidente da FECAM, avalia 2019 (Crédito: Mafalda Press)
'É no município que a vida acontece', reforça Ponticelli
Um ano de desafios em busca de recursos financeiros e autonomia para os municípios, marcado por muito debate para sensibilizar os governos federal e estadual.
20/12/2019 - "O gestor municipal precisa ser um malabarista financeiro para vencer tantas demandas que recebe com o pouco dinheiro que tem". Essa é a consideração do presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, sobre um ano desafiador para o setor público municipal. Ponticelli avalia que, em 2019, a entidade, juntamente com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e associações, trabalhou na busca pela sensibilização dos governos federal e estadual para que voltem seus olhares aos municípios. "Foi um ano de muita luta, especialmente junto ao Congresso Nacional, por conta de uma pauta extensa e pela nossa expectativa do fortalecimento do ente municipal", destaca. Para o presidente da entidade, mesmo ainda não sendo suficientes, os resultados das mobilizações começam a aparecer. "Já tivemos a primeira resposta do governo federal com a distribuição dos recursos da cessão onerosa, sendo que é a primeira vez que se tem recursos do pré-sal distribuídos para estados e municípios", comemora. Os municípios catarinenses, todos se exceção, deverão receber cerca de R$ 198 milhões do montante arrecadado com os recursos do pré-sal, e a data de pagamento está prevista para 30 de dezembro de 2019. Além disso, Ponticelli destaca o avanço em outras pautas no Congresso Nacional: no Senado foi aprovada a inclusão dos municípios e Estados na Reforma da Previdência; avanços na PEC 391/2017, que adiciona 1% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), com estimativa de injeção de recursos superior a R$ 175 milhões nas prefeituras catarinenses em quatro anos, a contar a partir de 2020; progressos na tramitação da Nova Lei de Licitações (PL 1292/1995) que cria modalidades de contratação, exige seguro-garantia para grandes obras, tipifica crimes relacionados ao assunto e disciplina contratações nas três esferas de governo - União, Estados e Municípios. Os prefeitos aguardam com expectativa o julgamento que trata da distribuição dos royalties de Petróleo no país, sendo que a divisão dos recursos para todos os municípios, e não só os produtores, representa recursos superiores a R$ 800 milhões nos cofres municipais catarinenses. O julgamento está agendado para abril de 2020. O valor representará a entrada de aproximadamente R$ 1,7 bilhões nos próximos quatro anos somente nos municípios catarinenses. A FECAM antecipou o debate nacional alertando pelo encerramento do programa de saúde básica Mais Médicos. Inúmeras ações da Federação em torno do tema foram realizadas junto ao Ministério da Saúde. O novo formato do programa, que passou a se chamar Mais Médicos pelo Brasil e foi sancionado pelo presidente da República neste mês de dezembro, será acompanhado por equipe técnica da FECAM para avaliar as mudanças e atendimento real às necessidades nas unidades de saúde catarinenses. Ponticelli avalia 2019 como um ano promissor e de avanços em compreender a importância da tecnologia, inovação e sustentabilidade na rotina das prefeituras catarinenses. Cita o Congresso de Prefeitos 2019, realizado em setembro na Arena Petry em São José, que tratou de reforçar o quanto é preciso adotar essa tríade para resolver grandes problemas das prefeituras catarinenses. Mais de três mil gestores públicos participaram do Congresso, que cresce em número e importância temática a cada edição. PACTO FEDERATIVO Uma medida não esperada pelos municipalistas e em debate junto ao Pacto Federativo, foi a proposta do Governo Federal de extinção de municípios com menos de cinco mil habitantes, antes disso, avalizada pelo Tribunal de Contas do Estado de SC com base em divulgação de estudo próprio. Durante o ano, a FECAM participou de reuniões e debates sobre o tema e acredita ser urgente medidas de redução de custos e atenção para freio a novos movimentos de emancipação, mas sem prejuízo às administrações existentes. "É um debate importante, precisamos sim revisar os custos dos municípios, reduzir as estruturas, ter um sistema de cobrança e revisão dos tributos mais justo, mais responsável. O debate é importante neste sentido, mas concluímos que a extinção de municípios não é algo tão simples", completa. ESTADO O presidente cita avanços na esfera estadual, como aumento médio de 8,67% no repasse dos recursos pelo Governo do Estado aos municípios para o transporte escolar, com acréscimo de R$ 8 milhões. LEI ELEITORAL MUDANÇAS ÁUDIO: La Via Comunicação / Assessoria de Imprensa |
Deixe seu comentário