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ERA UMA VEZ O HABITAT DA ARARA-CANINDÉ

  • - Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).

Evani Marichen Lamb Riffel Escritora, pedagoga e psicopedagoga

Caminhavam pela estrada afora um mestre e seus seguidores a semear virtudes, valores, conhecimentos que alimentam o "Ser" e a aprender!...

       Ser humano, ser caridoso, ser prestativo, ser solidário, ser honesto e respeitoso, ser ecológico, ser e fazer pela conscientização da preservação do Planeta Terra, nossa casa comum, o mundo, chão de todos nós... Eram sementes lançadas por eles pelos caminhos.

      O mestre e seus seguidores peregrinavam pelo Brasil afora, desta feita a rota seguida tinha como ponto de chegada a Amazônia brasileira.

      A manhã ensolarada irradiava dupla beleza àquele vasto cenário natural, os olhos experimentados do mestre apontaram o caminho.

      Os discípulos atentos alongavam o olhar pelas paragens.

      Percorreram a vasta floresta durante horas, dias, semanas, meses.

      Experimentaram leituras de cenários e de cenas, de seres  humanos e desumanos, da flora e fauna,  de caminhos e caminhantes.

      Muitos questionamentos interiores se fizeram, houve julgamentos e julgados no caminho em meio a atitudes, forças, modos de vida, ganância, avanço econômico insustentável, barbáries e barbaridades que viram.

      Um dia, em meio a floresta Amazônica, o mestre se deteve a observar a beleza da Vitória Régia, a imensidão da Bacia Amazônica, o voo apressado do gavião harpa na sua grandeza, a bela arara azul, o urubu rei em sua realeza, o tucano arco-íris em sua natural aquarela, a exótica araracanga em sua plumagem vermelha e verde que treinada imita a fala humana.

      De outro ângulo os discípulos observavam espécies arbóreas da Amazônia, abrigo de tanta vida!!!!...  Tais como: jacarandá, cajuaçu, andiroba (esta com extração restringida e proibida), devida a intensa extração pela importância medicinal, majestosas palmeiras, a intocável e grandiosa castanheira-do-Pará ou castanheira-do-Brasil, em risco de extinção devido ao desmatamento da Amazônia. Falar da castanheira é memorável quando se teve a visão dela altiva e real em meio a áreas de extensas fazendas bastante desmatadas, um ocasional nativo daquela região, quando avistavam a árvore altaneira naquelas paragens, falou:

- A castanheira é uma espécie nativa em preservação, se algum cabra só tocar nela já tem voz de prisão. Cuja espécie adulta atinge de 30 a 50m de altura, com mais de 5m de diâmetro, com folhas de 20 a 35cm de comprimento.

As castanheiras-do-Brasil precisam de ambiente natural intocado para sua reprodução. O fruto da castanha leva um ano para amadurecer, pode vir a pesar até 2kg, sua casca é dura, produz de 8 a 24 sementes de deliciosas e apreciadas castanhas. Muitas delas são plantadas pelas cotias que enterram as sementes que não degustam na hora e acabam esquecendo-as. Estas sementes germinam e dão início à um longo ciclo de vida, em torno de 500 anos...

      Opa!!! Alto lá Seu Enio... S.o.s. ... Não desmate que só pensar em tocar na castanheira-do-pará dá cana na certa e multa impagável... Haverá resposta civil e criminal de possíveis  envolvidos... O IBAMA entra em ação. A referida árvore está na lista de espécies ameaçadas do MMA (Ministério do Meio Ambiente), e seu corte é proibido por lei.

      Caro(a) Leitor(a), neste enredar fictício mesclado a dados de pesquisas, poderia alongar esta delonga narrativa em páginas e páginas que não poderiam ser tecidas neste espaço, neste semanário informativo.Porém poderia sim, haver escritores, poetas, músicos, místicos, cantores, ambientalistas, ONGs governamentais ou não, o Papa, o Bispado, Padres missionários, religiosos e ateus, indígenas, negros, pardos amarelos ou brancos, adultos e crianças, em volta do Planeta Terra de mãos dadas pela PAZ na Nossa Amazônia.... Que em mutirão  balões brancos soltem-se e alcem voo num novo horizonte de Paz e Vida ...

...Um almejado horizonte branco, azul e verde para Nossa Amazônia!!!

      Óh!!! Esqueci da lição do Mestre e seus Discípulos depois da peregrinação...

      Aconteceu que o Mestre sentou-se à sombra de uma frondosa árvore em meio da floresta e sinalizou aos seus seguidores que se aproximassem, unindo-se em reflexão. Em seguida fez uma pergunta dirigida à todos: -O que à vós foste ensinamento para a vida, nesta peregrinação?

      Após alguns cochichos apenas um dos aprendizes falou em nome de todos:

-De todas as pegadas deixadas na floresta, as pegadas do bicho homem são de morte e destruição. Até quando nosso Planeta suportará os rastros da devastação ambiental??? Foi a pergunta resposta deixada no ar...

      Naquele momento os olhares do Mestre e seus Discípulos se alongaram para uma enorme área em chamas, um bando de aves que voavam e revoavam em busca dos ninhos nos ocos dos troncos de altas palmeiras, de uma magestosa samaúma, parente da paineira brasileira e do magnífico baobá, espécie arbórea sagrada africana. Olhares fixos nAquela área de floresta, que tomba naquele instante, em meio às chamas e intensas nuvens de negra fumaça e longínquo som de motoserra... Crecc... Craccc... cratcheeeennn...

      Era uma vez o habitat daquele bando de Araras-canindé que voltavam com alimento para seus filhotes!!!...

      -Até quannnnndooooo??!!!...

      ...Deus brasileiro, salve Nossa Amazônia, foi o clamor que ecoou em S.o.s. na enorme clareira que se abria em meio a floresta.

 

     

     

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