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ENERGIA E O DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO I I

  • - Adelcio Machado dos Santos

Artigo do Jor. Adelcio Machado dos Santos (MT/SC nº 4155 - JP) Diretor da Associação Catarinense de Imprensa (ACI).

GOLDEMBERG (1979, p. vii) aponta que o progresso material nas sociedades modernas pode ser equilatado pelo seu consumo de energia. Segundo o autor, "não resta a menor dúvida de que a disseminação do conforto desfrutado por uma parte apreciável da humanidade no século XX é devida ao seu consumo de energia

À luz do magistério de OLIVEIRA (1998), no período pós-guerra, a indústria de suprimento de eletricidade destacou-se como atividade econômica capaz de engendrar significativos ganhos de produtividade e, conseqüentemente, um maior desenvolvimento sócio-econômico.

Por três décadas, esta indústria evoluiu através de uma trajetória tecnológica virtuosa de custos reais decrescentes e contínua melhoria na qualidade dos seus serviços, o que permitiu a extensão das linhas de distribuição e colocou o suprimento elétrico ao alcance de parcelas crescentes da população, com tarifas reais decrescentes.

A dinâmica virtuosa criou a generalizada percepção de ser a indústria de suprimento de eletricidade fonte indutora de progresso econômico e bem-estar social.

 Todavia, em meados da década de 70, surgiram os primeiros sinais de que essa trajetória tecnológica havia se exaurido, iniciando-se um processo de deteriorização do desempenho econômico das empresas elétricas, cujo impacto passou a ser ressentido por governantes e consumidores (OLIVEIRA, 1998).

Destarte, juntamente com o progresso material baseado no uso crescente de energia surgiram outros problemas, como a deteriorização do meio ambiente e o esgotamento iminente da mais palpitante fonte de energia, que é o petróleo.

Na década de 80, houve substancial redução no ritmo de crescimento do consumo de energia, mas isso se deveu principalmente à crise econômica. Também, começou a ficar evidente que se estavam esgotando as oportunidades de economias de escala e de escopo presente na trajetória tecnológica do pós-guerra.

De acordo com ROLIM (2002, p.101), "se a energia aparece como o 'sangue' da sociedade, a eletricidade, como uma das suas mais importantes formas de manifestação, assume uma importância crucial no desenvolvimento de qualquer sociedade". Sua importância não se encerra na possibilidade de tornar a vida do homem melhor.

A eletricidade melhora a vida das pessoas diretamente, uma vez que se apresenta como forma eficaz de energia, possibilitando ao homem o desenvolvimento de sua condição humana primordial: a inteligência, o raciocínio liberando-o de trabalhos penosos; e indiretamente o beneficia como variável econômica apta a possibilitar o desenvolvimento das nações.

 

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