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CÓLERA

Luiz Carlos Soares Golin e Marcelo Lago.

Essa é uma das doenças que mais evidencia a falta de saneamento básico no mundo, não é uma doença grave e de difícil contenção, mas a cólera aliada à falta de conhecimentos mínimos de higiene, subnutrição e pessoas imunológicamente enfraquecidas prolifera sem controle e pode ser fatal em certos casos.

?A infecção pode ser combatida pelo próprio organismo, mas em indivíduos com sistema imunológico debilitado, como portadores do vírus da AIDS e crianças menores de dois anos, a diarréia tornasse agressiva. Chega-se a perder 17 litros de água por dia nos casos mais graves? (Ensaio de tratabilidade de água e resíduos gerados em estação de tratamento de água, editora RIMA, 2002 pág.18).

A cólera é ainda um problema grave em países da África e Ásia. Neste último continente, foram notificados em 1991, 50.000 casos, com 1286 mortes e na África no mesmo período, 153.000 casos desses 13.998 mortos. Atribui-se à água a responsabilidade destas ocorrências.

A sétima pandemia iniciada em 1961, com um foco epidêmico em Sulawesi, (Indonésia), que se espalhou por países da Ásia, Oriente Médio, África e regiões da Europa, com eventuais achados nos Estados Unidos desde a década de 1970. O biótipo EL TOR, isolado por Gotschlich, em 1906, de peregrinos provenientes de Meca, examinados na estação de quarentena de EL TOR, no Egito, é o responsável pela atual pandemia de cólera. Essa atingiu o continente Sul-americano pelo litoral do Peru, em janeiro de 1991, estendendo-se, logo em seguida, por todo o país, para o Brasil, e atingindo finalmente 14 países da América do Sul.

A introdução da cólera no Brasil foi pela selva amazônica, no alto do Solimões e nos seus afluentes, principal via de deslocamento da região, daí então foi se disseminando pelo país, que desde 1991 era indene a doença. Do nordeste até a região sudeste, cresceu explosivamente em áreas com precárias condições de vida.

Desde então se observou período de alternância de silêncio epidemiológico e de ressurgimento, atualmente a cólera sugere um padrão endêmico, devido à ocorrência regular de casos de maior e menor gravidade dependendo das condições locais que favorecem a circulação do agente.

 

AGENTE ETIOLÓGICO:

O agente é o Vibrio cholerae, pertencente à família dos vibrionaceae, bactéria do gênero vibrio, bastonetes ligeiramente curvos, gram-negativo com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo que libera potente toxina a enterotoxina.

O grupo 0:1, biótipo clássico ou El Tor e sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikojima e Vibrio cholerae 0:139, também conhecido como Bengal. Acreditava-se que entre todos os sorogrupos conhecidos, apenas o O1 era patogênico, mas, em março de 1993, foi identificado como responsável por uma epidemia no sul da Ásia o Vibrio cholerae O:139. Sorogrupos não-O1 do Vibrio cholerae já foram identificadas em todo o mundo, sabendo-se que os mesmos podem causar patologias extraintestinais, diarréias com desidratação severa semelhante à cólera. Até então esses sorogrupos só estavam associados a casos isolados ou surtos muito limitados.

As enterotoxinas elaboradas são similares para o grupo e ocasionam quadros clínicos muito semelhantes. A resistência do biótipo El Tor é maior, o que lhe dá condições de sobreviver por mais tempo no meio ambiente, crescer melhor e mais rápido em meio de cultura, menor suscetibilidade aos agentes químicos e tendência a endemização.

Encontra-se nas fezes de pessoas contaminadas. São eliminados 10 milhões de bactérias por grama de fezes. A quantidade de organismos necessária para iniciar a enfermidade é de 1000 nos alimentos e 10000 bactérias na água.

 Sobrevive em resíduos sólidos de 1 a 13 dias, é resistente ao congelamento, pois apenas retardando a multiplicação  não elimina o vibrião, mas em compensação não resiste a temperaturas superiores à 80ºC.

 

OBS: As enterotoxinas causam secreção excessiva de íons e água, ocorrendo diarréia.

 

 

 

 

 

 

SINTOMAS

 

Diarréia aquosa aguda, tipo ?água de arroz?, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras, esse quadro pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque Hipovolêmico e insuficiência renal.

O período de incubação é de 6 a 10 horas podendo chegar de 2 a 3 dias, duração dos sintomas é de  3 a 4 dias em média. Se não for tratada com urgência a morte acontece num tempo de 14 a 48 horas.

 

Luiz Carlos Soares Golin

                                                                           Marcelo Lago.

 

Acadêmicos de Tecnologia em saneamento Ambiental,  UNOESC - Videira

 

 

 

 

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