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?ENTRE ASPAS?

A ELEGÂNCIA NO COMPORTAMENTO

Aliny Wilbert Lamb.

 

        Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É uma elegância desobrigada. 

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.  Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... 

É elegante retribuir carinho e solidariedade.  

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.... 

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. 

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. 

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens... 

Abrir a porta para alguém? É muito elegante. 

Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante. 

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma... 

Oferecer ajuda? Muito elegante. 

Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. 

A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". 

Se os amigos não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. 

E, detalhe: não é frescura.



Do livro "Non Stop" - Crônicas do Cotidiano

 

 

 

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