Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Primeiramente, as redes sociais transformaram a forma como nos conectamos, nos comunicamos e compartilhamos nossas experiências. Desde o surgimento das primeiras plataformas, elas evoluíram para se tornarem ferramentas poderosas, influenciando não apenas o comportamento individual, mas também o tecido social como um todo. Contudo, o impacto dessas plataformas na maneira como percebemos nossas próprias vidas e as dos outros tem sido motivo de extensos debates.
Destarte, uma das princípuas críticas às redes sociais é a promoção de um ambiente que incentiva comparações constantes. Ao deslizar pelas publicações, somos bombardeados com imagens e histórias que frequentemente retratam uma realidade idealizada ou parcial. Viagens luxuosas, conquistas pessoais e profissionais, relações aparentemente perfeitas: tudo isso compõe mosaico que pode nos levar a questionar se estamos vivendo à altura.
Por conseguinte, o desejo de “viver a vida de outro” é um fenômeno que pode ser explicado pelo conceito de "comparativo social", cunhado pelo psicólogo Leon Festinger. Ele sugere que as pessoas têm uma inclinação natural para avaliar suas habilidades e realizações em relação aos outros. As redes sociais amplificam essa dinâmica, oferecendo um palco virtual onde todos podem exibir o melhor de si.
No entanto, o problema não reside apenas na comparação em si, mas no impacto emocional e psicológico que ela pode causar. Estudos indicam que o uso excessivo de redes sociais está associado ao aumento da ansiedade, depressão e baixa autoestima. Isso ocorre porque a comparação com os outros frequentemente resulta em uma percepção distorcida da realidade, onde nossas próprias vidas parecem menos significativas ou bem-sucedidas.
Por outro lado, as redes sociais também oferecem benefícios inegáveis. Elas permitem a conexão com pessoas de diferentes culturas, a disseminação de conhecimento e a criação de comunidades baseadas em interesses comuns. O problema surge quando esses aspectos positivos são ofuscados pelo uso desmedido e pouco consciente das plataformas.
Ademais, s solução para essa questão passa por uma reflexão profunda sobre a forma como interagimos com as redes sociais. Práticas como a "higiene digital", que incluem limitar o tempo de uso, seguir perfis que promovem conteúdo autêntico e evitam comparações prejudiciais, podem ajudar a equilibrar essa relação. Ademais, é essencial lembrar que a vida que vemos nas redes sociais é apenas uma parcela da realidade de cada indivíduo, muitas vezes editada e curada.
Em epítome, viver a vida de outro não é apenas inalcançável, mas também contraproducente. A beleza da vida está em sua singularidade e na diversidade das experiências humanas.
Por final, as redes sociais podem ser instrumentos poderosos para compartilhar essa singularidade, desde que utilizadas com responsabilidade e consciência, não na apropriação de vidas alheias.
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