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O vício em celular: a nomofobia

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa


O progresso tecnológico nos trouxe muitos benfícios, mas também precisamos ficar atentos para os extremos. Você já deve ter se deparado com pessoas que não conseguem ficar longe do celular, que mesmo quando estão conversando contigo, não param de olhar o celular. Em maior ou menor grau, as pessoas estão desenvolvendo um vício chamado nomofobia. A nomofobia é uma compulsão caracterizada pelo medo irracional de permanecer isolado e desconectado do mundo virtual. Na abstinência do celular ou tablet (internet), os sintomas são muito semelhantes aos da síndrome de abstinência de drogas como álcool e cigarro.

Penso que sempre precisamos olhar para a sociedade em que vivemos e não apenas para cada indivíduo em particular. Como a organização social em que vivemos pode facilitar a proliferação da nomofobia, do prazer em ver sucessivos vídeos dessas plataformas, por horas a fio? Uma senhora de 80 anos que vive sozinha em casa me relatou que certo dia ficou das 23h até as 6h da manhã do outro dia vendo vídeos e não percebeu o tempo passar.

A mídia em geral, nos envia mensagens diárias, centradas na ideologia do prazer individual, tais como: seja feliz, cuide de você, se preocupe com você, faça o que te deixa feliz...Tudo isso é muito importante, porém, como todo extremo é prejudicial, essas mensagens podem induzir a um isolamento extremo e fechamento ao outro. A pessoa diz a si mesmo: isso me faz bem, não vou ligar para o que os outros dizem. E assim se tranca num quarto com o celular o dia todo.

De acordo com o médico Drauzio Varella, “diversos estudos demonstraram que a dopamina é um neurotransmissor sensível aos estímulos das mídias digitais. Quando consumimos em série vídeos no YouTube, TikTok, Instagram, podcasts, ocorre liberação de dopamina nos centros de recompensa, os mesmos ativados pela cocaína, maconha e o cafezinho. Um “like”, um post, uma imagem no Instagram ou uma dancinha no TikTok provocam pequenos picos de dopamina nas sinapses”. (Fonte: UOL, 2023)

Percebemos que a busca pelo prazer a qualquer custo, aliado à lógica do imediatismo, superficialidade são elementos que reforçam o vício em assistir sucessivos vídeos. E aqui relembro Aristóteles, para o qual, a felicidade não é um estado passageiro de prazer ou alegria, mas sim um estado duradouro e completo de realização e satisfação em todas as áreas da vida.

Precisamos refletir sobre a felicidade e vida em sociedade!

Evandro Ricardo Guindani

Referência:

VARELLA, Drauzio. Abuso das redes sociais. Portal UOL. 11/9/2023. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/abuso-das-redes-sociais/


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